Review Galaxy Tab S7 Fe Tem Tela Grande E Boa Bateria

Em um período de duas semanas, por cortesia da Samsung, testei este tablet Android que está sendo vendido no mercado pelo preço sugerido de R$ 4.999. Confira todos os detalhes sobre o uso na prática agora mesmo.

Design e construção

Com o corpo todo em alumínio escovado, é possível perceber o acabamento premium logo quando você tira o tablet Android da caixa. O Galaxy Tab S7 FE foi lançado no Brasil nas cores preto e prata e a empresa me enviou o modelo mais claro para testes. O peso de 608 gramas parece muito menor e a sensação que tive é de segurar um livro com cerca de 400 páginas. Ao mesmo tempo em que a traseira branca parece ser muito elegante, nos primeiros momentos de uso já percebi que ela também permite que marcas de impressão digital fiquem na traseira. Apesar do corpo de alumínio ser elegante, ele também traz este problema, apesar de ser mais resistente que tablets da categoria de entrada, geralmente fabricados em plástico. Observando as bordas, as duas saídas de alto-falantes são localizadas separadamente. Uma delas fica no lado esquerdo e a outra fica no lado direito. A entrada USB-C (a Samsung envia um carregador de 45W na caixa) pode ser utilizada tanto para carregar o modelo quanto para ouvir música. Isso permite que o modelo tenha a espessura de apenas 6.3 milímetros. Um detalhe que eu achei simples, mas muito funcional, foi a decisão da fabricante de colocar os botões de volume e power no mesmo lado. Sou uma pessoa que gosta muito de tirar capturas de tela do que estou ouvindo no Spotify ou daquele tuíte engraçado para ser compartilhado em outras redes sociais e, para esta tarefa ser feita, basta dar um clique nos botões power e de volume e soltá-los rapidamente. É um detalhe que pode parecer simples, mas, no dia a dia, pessoas com mãos pequenas não terão que fazer o famoso “malabarismo” para chegar aos botões devido aos mesmos estarem localizados em lados diferentes. O uso no modo horizontal é interessante, mas eu particularmente tive uma melhor experiência ao usar o Galaxy Tab S7 FE como se fosse um grande smartphone, no modo vertical. É claro que os vídeos serão aproveitados com a tela “deitada”, mas quem tem uma mão maior conseguirá fazer bom uso do modelo no modo retrato. Com exceção da traseira que registra as impressões digitais e a falta de uma conexão para fones de ouvido, o design e forma como as conexões deste tablet Android foram organizadas é inteligente e funcional. Você pode resolver o problema do material na traseira ao comprar uma capa que também protegerá o aparelho; este também seria um item que a Samsung poderia enviar dentro da caixa. Para o problema de falta de entrada de fones de ouvido, será necessário optar por um adaptador de P2 para USB-C (caso ainda não tenha) ou até mesmo comprar um modelo deste tipo, que pode ser utilizado em outros dispositivos.

Tela

A Samsung optou por colocar uma tela TFT LCD de 12,4 polegadas com resolução QHD (2560 x 1600) e taxa de 60Hz, sem suporte para HDR. Na prática, o consumo de conteúdo é de alta qualidade, mesmo sem o padrão que exibe cores mais vivas. Em testes com vídeos em alta resolução, o display conseguiu dar destaque para tons mais claros e mais escuros sem muita dificuldade. A mesma reclamação sobre a traseira também aparece na frente: o material da tela do Galaxy Tab S7 FE registra as temidas marcas de dedo, então vale a pena sempre fazer uma boa limpeza depois de muitas pessoas fazerem uso. Quando utilizei ao ar livre para checar e-mails, redes sociais ou até mesmo para assistir conteúdo no YouTube ou serviços de streaming, a tela se tornou um grande espelho. Seria interessante se o modelo tivesse uma proteção para evitar isso, apesar de que este é um problema que nem mesmo a Apple está de olho, já que nem o iPad 9, possível concorrente do Galaxy Tab S7 FE, não dispõe de laminação e revestimento antirreflexo. O sensor de luz ambiente trabalha de forma inteligente e permite que este problema até seja visto de forma menor, mas, ainda assim, o uso ao ar livre pode ser incômodo para algumas pessoas. Eu particularmente gosto bastante de assistir conteúdos em dispositivos móveis mesmo quando estou em casa, então todo o consumo – em meu quarto ou na sala – foi bastante assertivo. A Samsung acertou bastante em entregar uma tela que não é nem tão grande quanto a de um notebook e nem tão pequena quanto a de um smartphone. As transições entre aplicativos também estão bem fluídas neste modelo, então se não fosse a falta de laminação antirreflexo, o Galaxy Tab S7 FE conseguiria uma nota 10 no quesito tela.

Câmeras

É certo que os tablets deixaram de ser dispositivos primários para captura de conteúdo. Muitas empresas, desde aquelas que lançam tablets top de linha até mesmo as que optam por atuar apenas no mercado de entrada, não estão colocando lentes com muitos megapixels ou recursos de IA que entregam um bom pós-processamento. E o mesmo vale para o Galaxy Tab S7 FE.

Câmera traseira

Com apenas 8 MP, a única lente na parte traseira é o básico do básico e nada mais do que isso. Para a captura de paisagens e objetos estáticos, você conseguirá fotos favoráveis e o modo Pro pode resolver problemas de foco e permitir a maior entrada de luz, mas é importante entender: a lente mais básica não consegue ir muito longe sem apoio de recursos de IA. Os efeitos AR, que podem ser criados com a S Pen ou com os dedos, são bem bacanas de usar, mas é aquele tipo de ferramenta que teve pouca utilidade. O modo noturno também não é de se elogiar, mas ao mesmo tempo permite uma singela melhora na captura de fotos. Veja a evolução do zoom: O modo retrato é melhor utilizado na lente traseira, mas é um resultado que veríamos em modelos intermediários mais fracos. A captação de vídeos em 1080p a 30 fps (a mesma na câmera traseira e frontal) também é mais básica e o áudio é captado sem ruídos, apesar de um sistema para dar foco apenas para a voz ao invés de ruídos externos fazer falta neste modelo. É importante ter em mente que a Samsung não investiu muito nas câmeras do Galaxy Tab S7 FE justamente porque as pessoas que valorizam melhores câmeras já possuem acesso a isso em smartphones. O modelo não é completamente ruim, mas entenda que, para um produto de entrada, ele consegue se sair bem de acordo com suas limitações.

Câmera frontal

Se a lente da parte traseira possui limitações, a câmera frontal entrega ainda menos. Com apenas 5 MP, a lente para selfies e videochamadas até conta com o software da Samsung, semelhante ao que vemos nos smartphones, mas é importante lembrar que ele está longe de ser o mesmo. A Samsung sabe que seus consumidores que valorizam ótimos registros com dispositivos móveis preferem os smartphones ao invés de tablets, então é importante ter isso em mente. Eu defino a câmera frontal deste tablet Android como simples, mas eficaz. É claro que você não terá os mesmos resultados que encontraria em smartphones, até porque o modo retrato, que conta com apenas 4 opções de personalização no pós-processamento, ainda precisa ser bastante aprimorado. Em registros em ambientes fechados, alguns fios de cabelo ainda aparecem desfocados, o que denuncia o modo retrato logo no primeiro olhar. A troca de fundo no aplicativo de Galeria também poderia ser aprimorada, por mais que o modelo esteja dentro do mercado de tablets de entrada. O sentimento que tive foi que ao desenvolver e pensar em opções de câmera para o Galaxy Tab S7 FE, a Samsung optou por utilizar a opção mais simples possível para que o preço não ficasse nas alturas unificado às outras funções. Com isso, a lente não se sai mal ao ar livre, mas recursos de IA seriam ótimos para que melhores resultados pudessem ser entregues aos usuários.

Conectividade

O Galaxy Tab S7 FE foi lançado em 2021, enquanto o leilão do 5G ainda não havia sido realizado e, consequentemente, ainda não haviam muitas operadoras que ofereciam isso para os clientes. Ao mesmo tempo, é importante lembrar que o principal foco dos modelos FE (sigla para Fan Edition) é permitir que funcionalidades amadas pelos fãs se tornem acessíveis. Com a compatibilidade 4G, 3G e 2G, o tablet se saiu bem em tudo o que foi proposto em questão de conectividade com redes móveis. Com suporte para Wi-Fi e Bluetooth 5.2, não há o que falar de negativo em relação aos pontos de conectividade deste tablet Android. Tudo funciona como deve, sem erros ou problemas que estraguem a experiência. O gerenciamento e uso de velocidade é mais feito pelos apps do que pelo próprio sistema operacional e, quando solicitei para ver vídeos em alta qualidade no YouTube, também não tive problemas. A longo prazo, seria interessante que a Samsung trouxesse a versão com suporte para redes 5G, mas as opções de conectividade disponíveis no modelo são mais que úteis para o dia a dia. Aqui, uma nota dez sem dúvidas.

Processador e sistema operacional

Equipado com o processador Qualcomm Snapdragon 750G, que é octa-core e possui arquitetura de oito nanômetros. Um pequeno problema que percebi é que depois de cerca de 30 minutos jogando Fortnite, o modelo começa a esquentar em sua parte superior direita e isso pode ser um problema para quem está usando, a depender a posição. Isso não significa que durante algum momento de meu uso feito durante quase três semanas o tablet precisou interromper o funcionamento de algum aplicativo, o que é decorrente dos 8GB de RAM para ótimo desempenho. Mas não há como negar que ao “forçar” o aparelho para conseguir ir mais longe, um pequeno aquecimento acabará acontecendo, “resposta” do sistema e processador que está presente em praticamente todos os aparelhos móveis. Eu recebi o modelo que conta com a One UI 3.1 instalada de fábrica e uma atualização para a versão 4.1, que é baseada no Android 12 e estava disponível para download de forma gratuita. Além das funcionalidades conhecidas por usuários de produtos Samsung, a possibilidade de usar o tablet como uma segunda tela no Windows me surpreendeu de forma bastante positiva. Se você acha que precisa de um notebook fabricado pela empresa coreana, pode deixar este pensamento de lado. Basta que o tablet e computador estejam conectados na mesma rede Wi-Fi e pronto, o uso remoto pode ser feito sem problemas. Infelizmente, há limitações: não consegui ativar o teclado ou digitar alguma coisa pelo tablet ao usar a funcionalidade de segunda tela, mas a tela touch pode ser utilizada para a navegação, o que coloca o modelo como uma ótima opção móvel que pode ser instalada no ambiente de trabalho e depois levada para casa. O modelo que recebi para testes também conta com 128 GB de armazenamento interno, assim como há uma entrada de cartão SD de até 1 TB para todos os clientes. Se utilizar o aparelho como sua tela principal ou secundária, estas opções serão mais do que essenciais para seu dia a dia.

Bateria

Outro ponto positivo do modelo que vale a pena comentar. Com a tela de 12,4 polegadas, pode ter sido um desafio organizar toda a energia da bateria de 10500 mAh para durar boa parte do dia dos usuários. Em uso médio diário de uma hora e meia para assistir conteúdos no YouTube, aplicativos de streaming, jogos e navegação na internet e redes sociais, consegui atingir o uso de 4 horas de tela. Na prática, entre ativação e desativação da tela, comecei o uso na segunda-feira e tive que usar o carregador incluso na caixa apenas na sexta-feira. O tempo de carregamento pode assustar usuários de smartphones, mas lembre-se que há uma bateria muito maior no Galaxy Tab S7 FE e recarregar tudo isso, mesmo com o carregador de 45W que é incluso na caixa, leva um tempo considerável. Se utilizasse este tablet Android em meu dia a dia, eu resolveria todas as pendências possíveis até que a bateria acabasse e depois passava para outro aparelho (notebook ou computador) enquanto o carregamento era realizado.

Uso da S Pen

Mais leve que uma caneta, mas tão útil quanto o acessório que está em nossa rotina, a S Pen inclusa no Galaxy Tab S7 FE foi outra agradável surpresa. A escrita ainda é um tanto “robótica” e nada como uma caneta “de verdade” para aquela experiência que estamos acostumados, mas a tentativa de troca de acessório é bastante válida. O tempo de resposta é ótimo e a sensação de que estamos escrevendo na tela é bastante imersiva. Eu não sou uma pessoa que tem talento para desenhos digitais, mas simples rabiscos foram feitos com a precisão esperada e se você for um artista que precisa de um acessório para desenhar e um tablet que possa trabalhar, o modelo pode ser uma opção interessante. Minha grande reclamação sobre a S Pen é que o encaixe magnético ainda é um tanto falho e boa parte das vezes, ao mexer no tablet com o acessório, ele vai acabar caindo (ainda mais se estiver na traseira). A borda onde ficam os botões parece ser ideal para você prender a caneta da Samsung, mas, particularmente, eu me sentiria melhor se a empresa enviasse na própria caixa uma capa com encaixe de pano ou qualquer outro material que entregaria maior segurança para a movimentação no dia a dia.

Conclusão

Chego ao final deste review com o pensamento de que apesar de parecer bastante útil em boa parte do dia a dia, podem haver opções no mercado de tablets Android (ou até mesmo no de iOS) que podem ser mais baratas do que o Galaxy Tab S7 FE e entregam uma experiência semelhante. O produto, que se assemelha muito com o Moto tab g70 da Motorola, com toda certeza entrega potência máxima para quem executa tarefas desde tarefas mais básicas a mais potentes, mas o preço de R$ 3.599 no Magazine Luiza pode ser um pouco desanimador. Eu testei o modelo que marcou o retorno da Motorola, assim como o Nokia T20, e a experiência de uso é semelhante, já que ambos os modelos podem ser considerados tablets de entrada. Se você pensa em comprar o Galaxy Tab S7 FE apenas por conta da S Pen, vale a pena analisar o mercado de canetas que se conectam via Bluetooth para economizar e, quem sabe, ter acesso a um modelo com melhor tela e câmeras e uma possível entrada para fones de ouvido. Mas se tem preferência por modelos da Samsung ou até pode investir um pouco mais em um tablet, esta opção é completa, mas, ao mesmo tempo, conta com pontos de melhoria que poderiam ser resolvidos nesta geração ao invés termos que esperar pelo lançamento deste ano.