Neste review, te contamos como foi passar alguns dias utilizando o Echo e o Echo Dot como plataforma principal para reprodução de músicas e o hub central de uma smart home, via controle da assistente de voz Alexa. De quebra, comparamos a dupla à geração passada, para o caso de quem já estiver familiar com o sistema compreender melhor se vale a pena a troca pela dupla Echo da 4ª geração.

Design e destaques

Echo

Disponível nas cores branca, azul e preta, o Echo 4ª geração não caberá em qualquer “cantinho” da casa, mas tem justamente um design que raramente passará despercebido por quem estiver no cômodo. É inegável que o novo design das caixas de som inteligentes fazem com que você se sinta na presença de um produto futurista com um leve toque de elegância. Alinhado a isso, a maioria dos materiais que compõem a embalagem e o speaker em si são recicláveis/reciclados, um ponto importante ao pensarmos em uma compra de gadgets do tipo. Mesmo com o formato de bola, o som dele é disparado para frente, um recurso que muda completamente (para melhor) a lógica de distribuição de um alto-falante inteligente no cômodo. Se antes você precisava deixar seu Echo no centro da sala devido ao som 360º, agora a saída mais eficiente é posicioná-lo em um dos cantos, de preferência próximo à quina. A malha que reveste a bola possui design que facilita entender para onde “apontar” a caixa, de maneira mais intuitiva que a geração passada – você só supunha o lado certo com base na entrada do cabo de energia. O acabamento de plástico não impressiona, porém aparenta ser bem resistente. No topo, temos o quarteto de botões: ativar para reconhecimento de voz (sem palavra de ativação), colocá-la no “mudo” (ou seja, sem ouvir a voz de ninguém), um para aumentar e um para diminuir o volume.

Echo Dot 4ª Geração

A versão miniatura do Echo tem design bastante similar ao “irmão maior”, mesmo que os botões sejam do mesmo tamanho (e, por consequência, fiquem menos discretos do que o outro). Também disponível nas cores preto, azul e branco, o Echo Dot da 4ª geração tem suas principais mudanças do lado de dentro, com um único alto-falante de 1,6 polegadas de direcionamento frontal. Pelo tamanho mais compacto, de 10 cm por 8,9 cm, fica fácil posicioná-lo em locais mais práticos que o outro Echo. Ele se camufla bem ao ambiente de quem tem outros aparelhos escuros, sendo um pouco menor que as caixas de um home theater padrão. Também há conexão via cabo P2, a entrada do cabo de energia (na traseira) e quatro botões no topo do aparelho.

Áudio

Como é de se esperar, a dupla Echo 4ª geração cumpre mais uma vez com ótima qualidade de som. Mesmo que haja equalizador pelo aplicativo parceiro dos speakers (Alexa para iOS e Android), direto da caixa já temos um áudio espetacular. Começando pelo Echo Dot, é fascinante ver como a única saída de áudio pode proporcionar uma abrangência sem igual entre médios e graves que, particularmente, não esperava ouvir. Ao que fica claro para quem viu as especificações técnicas que comentei acima, a potência do Echo é bem superior ao Echo Dot. Com o som disparado para o alto e as diagonais, temos algo mais perto de uma soundbar do que de uma caixa de som portátil. Nos dois cenários, com os dois dispositivos, recomenda-se estar a uma distância de pelo menos 3 metros do Echo, à altura dos olhos. Logo, meu caso foi reclinado no sofá de frente para ele, que estava no rack da TV. Com outros gêneros, no Echo, tentei ver os limites de alcance em vários gêneros musicais. O duo de hip-hop Run The Jewels teve as distorções de instrumentos de forma agradável; Whole Lotta Love, do Led Zeppelin, traz o contrabaixo como deve sempre ser; em composições acústicas, mais íntimas com voz e violão, o som rico entrega uma qualidade limpa e encorpada, sem defeitos. Engraçado que caso eu deixasse o volume acima dos 80%, potencialmente ouviria reclamações dos vizinhos do prédio, mas o fiz só por questões de teste. Pelo lado positivo, agora até o porteiro do prédio sabe que eu escuto Beastie Boys e Gorillaz enquanto trabalho.

Uso na rotina

A quem não está familiarizado com o aplicativo Alexa, a configuração inicial do produto é feita por lá. Você tem acesso a sugestões de perguntas a se fazer, pode ajustar alarmes, lista de compras, músicas a reproduzir e as rotinas. Este último ponto, em especial, é editável: basta escrever uma frase de ativação e, em seguida, explicar o que a Alexa deve fazer, dentre dezenas de opções possíveis. Como exemplo, pode-se configurar o sistema para você dizer “Alexa, estou indo dormir” e ele automaticamente desliga a luz, coloca uma música à sua escolha e de maneira educada te diz “aproveite o descanso“. Por mais que isso seja basicamente o filme Her (onde I.A. e um humano têm uma interação “natural”), temos um exemplo prático do quanto a tecnologia evoluiu em termos de casa conectada. Quase que de maneira intrínseca à rotina, uma sugestão de rotina do próprio app é o comando “Alexa, inicie meu dia“. Ela então dirá uma informação aleatória, a temperatura atual/previsão, notícias e os eventos do calendário para o dia. Enquanto redigi textos ao longo da semana, bastou dizer a palavra de ativação “Alexa” e pedir por uma playlist (sincronizada ao Spotify) para que o Echo 4ª geração reconhecesse e tocasse. Para contexto da distribuição do setup no cômodo, meu notebook fica a cerca de três metros da caixa de som e eu estava de costas para ela. Vez ou outra, virei a cabeça para ver se ela reconheceu meu pedido, mas 95% das vezes tornou-se natural dizer o nome de uma música em tom de conversa e ser atendido. Em condições propositais não muito ideais, deixei o volume relativamente alto e testei o quanto precisei elevar a voz para a Alexa reconhecer minha voz. A cerca de 4 metros, falando diretamente para o Echo, precisei elevar um pouco a voz (mais do que gostaria, em tom de conversa) para a caixa de som inteligente compreender. Mesmo que pareça algo negativo, eu esperava que a caixinha inteligente não fosse nem me escutar devido ao som altíssimo, mas ela compreendeu sem que eu precisasse gritar a palavra de ativação – como se estivesse chamando alguém do outro lado do apartamento. Lembretes e alarmes, porém, foram uma das funções mais utilizadas do produto por mim – à parte das Rotinas previamente citadas. Tirar um alimento cozinhando do fogão, baixar Cyberpunk 2077, ativar um cronômetro de 5 minutos, mandar mensagem para alguém em um horário exato, pedir reembolso de Cyberpunk 2077 e levar o lixo para fora foram alguns destes pedidos, por exemplo. Em termos de casa conectada, as lâmpadas inteligentes mais populares por aqui, da Philips e da Positivo, funcionaram sem nenhum problema. Isso porque desde o começo do ano o par esteve em sincronia com as skills respectivas da Alexa (via app do celular), com os serviços em comunicação direta ao speaker. Pode-se mudar a cor, desligar, ligar e combiná-las com Rotinas em uma espetacular precisão de comandos. O melhor de tudo: não precisei configurar absolutamente nada de novo. O primeiro (dos poucos) pontos fracos do produto não está no hardware, mas no sistema confuso e limitado de reprodução em múltiplas caixas de som. A partir do Echo, pedi para a música ser tocada em “todos os dispositivos” – sendo os dois Echos da 4ª geração. A Alexa respondeu orientando a configuração via app, colocar os speakers no mesmo ambiente, e eu o fiz. Estranho que, mesmo com comandos dados ao Echo (pressionando o botão superior, sem a palavra de ativação), a música só tocou no Echo Dot. Quando tentei o modo multiambiente, que em teoria me permitiria em todas as caixas de som, houve a limitação: o Echo só pode ser pareado com outro do mesmo tipo. Então mesmo que você tenha um Echo Dot da 4ª geração em mãos, ele não reconhecerá. Ao tentar a sincronia com os dois Echo Dot (3ª e 4ª), por sorte tudo correu bem, inclusive manteve consistência de funcionamento quando deixei um deles conectado (fisicamente) em outro cômodo de casa. Minhas primeiras impressões foram ótimas: nunca tive um alto-falante inteligente e, assim como muitos brasileiros, o Echo foi minha porta de entrada no “universo” de aparelhos conectados em uma casa smart. Em termos de qualidade e uso a longo prazo, a praticidade de comandar o Spotify pelo celular (ou, claro, pela voz) em uma caixa de som potente sem precisar se preocupar com recarregar a bateria foi uma experiência espetacular. Em termos de design, a diferença entre as duas gerações é bem óbvia. Porém, o anel de interação da Alexa agora está na base, visível a um ângulo bem mais escondido que o 3º modelo. Pelo lado positivo, fica mais discreto e pode refletir na superfície do móvel (a depender do material em contato); pelo negativo, se ele estiver em um rack baixo, dificilmente você saberá se a Alexa ouviu a palavra de ativação (já que não se vê a luz acender). Curiosamente, o anel da base fica com um tom mais claro de azul para indicar de onde está detectando a voz. Mesmo que eu tenha instalado os Dot e o Echo nos mesmo locais (rack da TV e mesa de centro), os da 4ª geração quase nunca “apontaram” para minha voz: geralmente pegaram de rebote em alguma outra parede. Isso não importa tanto, pois os comandos foram compreendidos sem erros na maioria das vezes. No geral, o tom e volume da minha voz foi o mesmo do que na 3ª geração. Vez ou outra, tentei a versão cochichada (que a 3ª geração reconhece e replica me respondendo do mesmo jeito), mas a Alexa não foi tão eficaz. Em compensação, de maneira inteligente com o sistema, depois de instalar em casa, o sistema Alexa renomeou o Dot da 4ª geração como “2º Echo Dot de Allan“. O Echo da 3ª geração tem formato cilíndrico, bastante diferente da versão nova. A olhares mais críticos, o speaker estreito pode parecer um “gimmick” – afinal, qual a razão de ter uma caixa de som grande quando posso ter “só 1/4 do tamanho dela”, por um preço “mais em conta”? A parte de cima é idêntica ao Dot, parece só uma versão “esticada” com áudio razoavelmente melhor. Do contrário, temos uma evolução no atual Echo tanto ao falarmos dele comparado ao da 3ª como o Dot da 4ª geração. Em termos de design, a dupla atual é idêntica (em tamanhos diferentes) e convence melhor a ideia de som com alto alcance e ótima dissipação. Os alto-falantes disparam o som para frente, não mais lateral como antes, o que com certeza é perceptível para quem estiver nas condições ideais que citei acima – 3 metros de distância, na altura dos olhos. Não tive como conferir o som do cilíndrico da 3ª geração, porém, posso informar com base em especificações técnicas o que já se espera em termos de melhoria: o novo Echo está com agudos nítidos e graves mais potentes, o que resulta em um combo perfeito para enriquecer o áudio reproduzido, mesmo que o volume em geral seja praticamente o mesmo.

Conclusão

Caixas de som já não têm como principal função “tocar música”, mas sim o potencial de conectividade. Certos speakers portáteis possuem simulação de som surround em pareamento direto, outros têm assistentes de voz integrados e alguns suportam mais de um celular conectado, para que múltiplos DJs comandem a festa. Mais do que qualquer uma destas funções, a linha Echo da 4ª geração (apesar de ser plugada na tomada) tem funções inteligentes e potencial de conexão com praticamente qualquer aparelho moderno, via Bluetooth. Os serviços que suportam a Alexa crescem e se aperfeiçoam a cada atualização. Você pode acompanhar um pedido de delivery de comida, uma corrida compartilhada, fazer um quiz de perguntas para testar seus conhecimentos e partilhar esta experiência com quem quiser. São poucos erros de hardware e software, mas nada que deduza tanto da experiência em rotina com os aparelhos.
A linha já se apresenta de maneira nítida em relação à qualidade e perfil: Echo Dot de entrada, Echo intermediário e Echo Studio de alto padrão. Com a proposta de caixas de som inteligentes de padrões entrada/intermediário, os Echo da 4ª geração entregam muito do que é prometido, em design futurista repaginado. Em particular, o investimento vale para qualquer Echo da 4ª geração, seja o modelo maior ou o menor. A relação custo-benefício em ter um ótimo sistema de som e, de quebra, uma central para conectar todo tipo de aparelho inteligente da sua casa vira o ponto mais forte do produto, sem esforços. Portanto, quem está esperando por uma chance – para só então começar a bancar gadgets conectados em uma casa inteligente – pode confiar no Echo para ser um excelente pontapé inicial.

Especificações técnicas – linha Echo da 4ª geração

Echo Dot

Echo

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