Uma pesquisa de seis anos

Como parte de sua missão de combater a discriminação e tornar a empresa mais aberta e inclusiva, o Airbnb divulgou o projeto de pesquisa “A Six-Year Update on Airbnb’s Work to Fight Discrimination and Build Inclusion“, algo como “Uma atualização de seis anos no trabalho do Airbnb na luta contra a discriminação e construção de inclusão“, em tradução livre. Os resultados revelaram que os hóspedes que fizeram reservas em 2021 e foram considerados negros tiveram uma taxa de aceitação de 91,4%, enquanto os considerados brancos tiveram uma taxa de aceitação de 94,1% — uma diferença de 2,7%. A pesquisa é fruto de uma iniciativa realizada em 2020 em parceria com a Color of Change, uma organização online de justiça racial. O Project Lighthouse, liderado pela ex-advogada do sindicato de liberdades civis dos Estados Unidos, Laura Murphy, encontrou uma discrepância em como os hóspedes considerados negros são aprovados para reservas de curto prazo em sua plataforma, em comparação com outros usuários brancos.

Casos de racismo no Airbnb

A discriminação contra os negros que usam a plataforma ganhou as manchetes em muitas ocasiões. No início deste ano, a empresa disse que só mostraria as iniciais dos hóspedes até que suas reservas fossem confirmadas. A mudança foi feita em Oregon, após um acordo no ano de 2019 em que três mulheres negras processaram a plataforma dizendo que os anfitriões poderiam discriminar, inclusive negando reservas de hóspedes, com base na raça. Em 2015, uma consultora de negócios de 23 anos que mora em Chicago, que é negra, iniciou a hashtag #AirBnBWhileBlack depois de observar quantas vezes ela foi recusada pelos anfitriões ao procurar um lugar para alugar. Depois que Quirtina Crittenden criou a hashtag, ela começou a ouvir outras experiências semelhantes. E este ano, em 2 de outubro, um hóspede negro do Airbnb foi morto a tiros enquanto caminhava para uma mercearia, segundo informado pelas autoridades e veículos jornalísticos locais. Os promotores chamaram de “ataque não provocado” e as autoridades estão investigando possíveis alegações de crimes de ódio. Em 2016 o Airbnb realizou uma auditoria de direitos civis da plataforma, na qual Laura Murphy assumiu a liderança. O relatório de 32 páginas detalhou as mudanças que a empresa pediu aos membros que cumprissem para erradicar a discriminação racial no aplicativo. Para seu projeto de pesquisa, o Airbnb fez uma amostra de 750.000 solicitações de reservas aleatórias. O estudo determinou a raça percebida dos convidados usando o primeiro nome e uma foto de perfil. As descobertas também revelaram que os hóspedes percebidos como asiáticos e latinos, ou hispânicos, tiveram taxas de sucesso de 93,4%. Após o relatório, o Airbnb disse que removeu quase 4.000 contas em todo o mundo em 2022 por violar sua política de não discriminação. Um porta-voz do Airbnb afirmou que o relatório, que inclui os primeiros dados desse tipo, ajudará a empresa a descobrir e abordar as disparidades na forma como pessoas de cor experimentam a plataforma. Ele também inclui uma atualização sobre as políticas para lidar com propriedades baseadas nos Estados Unidos que são associadas à escravidão.

Combate à discriminação

O documento sobre essa ação da plataforma indica que o Projeto Lighthouse continuará a ser uma ferramenta fundamental para ajudar a descobrir, medir e combater a discriminação ao reservar ou se hospedar no Airbnb. Além disso a equipe continuará a testar e lançar uma variedade de recursos e inovações que criam confiança, aumentam a conexão e tornem o Airbnb mais inclusivo. Este trabalho será guiado por dados e análises, bem como feedback da comunidade e de especialistas externos. Veja também: A casa de Esqueceram de Mim está disponível no Airbnb. Fonte: Airbnb, NBC e Insider.

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