Enquanto o maior pesadelo de alguns é o enredo de Corra!, para outros o que pega mais são as forças sobrenaturais e o combo Atividade Paranormal, Espíritos, Invocação do Mal e por aí vai. Existe o nicho do terror com toques de humor também, que, apesar de em alguns momentos conseguir cortar a tensão plena, muitas vezes serve de impulso para o pior ato visceral que está por vir. Então, para aproveitar a ressaca do dia do Halloween e celebrar a época da melhor forma possível, compilei os 101 melhores filmes de terror de todos os tempos segundo o IndieWire e alguns pitacos pessoais também. Nesta lista você vai encontrar desde obras clássicas até os melhores thrillers lançados recentemente – e no meio, claro, os injustiçados que mereciam mais atenção. Esse guia para o universo do terror vai seguir uma ordem cronológica, mas você está liberado para rolar a barra para ir direto matar a curiosidade do que anda passando de bom nos cinemas e nos streamings atualmente. 

O Gabinete do Dr. Caligari (1920)

Título original: Das Cabinet des Dr. Caligari   Com a direção de Robert Wiene, esse clássico se tornou um marco do expressionismo no cinema alemão. Em meio ao horror e à narrativa assustadora, Wiene cria um mundo cheio de possibilidades e a concretização de muitos pesadelos, explorando principalmente a insanidade de seus personagens – o que pode ser uma grata surpresa para novos públicos. A história é desenvolvida por meio de flashbacks e tem como premissa a história do Jovem Franzis (Friedrich Feher), cuja sanidade mental é abalada quando descobre o plano maligno do médico e hipnotizador Dr. Caligari (Werner Krauss) – que usa Cesare (Conrad Veidt), um sonâmbulo, para cometer assassinatos.

Nosferatu (1922)

Título original: Nosferatu, eine Symphonie des Grauens Essa adaptação alemã não-autorizada de “Drácula” de Stoker, dirigida por F.W. Murnau, foi decisiva na exploração visual das histórias de vampiros e na consolidação do gênero, que antes habitava apenas o imaginário de fãs e autores. Mesmo que você (ainda) não tenha visto esse filme, a figura emblemática de Max Schreck como Conde Orlok virou uma grande referência popular. Há quem diga que Nosferatu é o Cidadão Kane do horror. Ainda que tenham rolado várias brigas nos bastidores, envolvendo, principalmente, direitos autorais de Bram Stoker – que por sua vez ganhou o processo e exigiu que as cópias do filme fossem destruídas –, a obra fez seu nome na indústria do terror. Na trama, Hutter (Gustav von Wangenheim) viaja até aos Cárpatos para vender um castelo cujo proprietário é o Conde Orlock (Max Schreck), um vampiro que vai para Bremen e espalha o terror. Quem pode reverter esta situação é Ellen (Greta Schröder), a esposa de Hutter, pois Orlock está apaixonado por ela.

Drácula (1931)

Título oficial: Dracula Depois de Nosferatu, uma homenagem não reconhecida por Bram Stoker, veio finalmente a primeira versão cinematográfica de Drácula, dirigida por Tod Browning. A sinopse oficial revela que entre as sombras dos Cárpatos, o Conde Drácula (Bela Lugosi) aterroriza a Transilvânia. Renfield (Dwight Frye) vai até lá ultimar a compra de uma casa em Londres, mas fica preso. Na capital britânica, Drácula domina a jovem Lucy (Frances Dade) e vira depois a sua atenção para Mina (Helen Chandler). Vale lembrar que a obra literária de mesmo nome foi escrita por Bram Stoker em 1897. Nessa época, a Transilvânia integrava o Reino da Hungria. Ou seja, absolutamente tudo se refere aos húngaros – desde as preces dos camponeses mostrados até o próprio Bela Lugosi que também compartilha essa nacionalidade.  Esse contexto dá margem para uma interpretação mais combinada com a realidade em relação a essa história. É como se os jovens ingleses temessem esse novo estrangeiro e toda a excentricidade que o envolve. Bela Lugosi faz proveito desse conceito e instala o terror por meio dos olhares capazes de fincar nas almas de quem o acompanha. 

Na Solidão da Noite (1945)

Título original: Dead of Night O longa de antologia foi o primeiro filme de terror a ser exibido no Reino Unido após anos de censura durante a Segunda Guerra Mundial por meio do British Board of Film Censors (Conselho Britânico de Censores de Cinema, em tradução livre). E cá entre nós, ele ressuscitou o terror em grande estilo. Neste filme, algumas pessoas são convidadas para passar um fim de semana no campo. Lá, elas decidem compartilhar histórias sobrenaturais, começando por Walter Craig (Mervyn John). Assim que ele começa a contar seus pesadelos, inicia-se uma série de cinco curtas-metragens de terror, com participação em roteiro de H.G. Wells e direção de três diretores distintos, sendo eles Basil Dearden, Charles Crichton e Alberto Cavalcanti — sim, temos um representante brasileiro! Inclusive, The Ventriloquist’s Dummy, um dos curtas de Na Solidão da Noite, andou para que Annabelle pudesse ousar a correr. Considerado uma das melhores partes da antologia, esse trecho conta a história de um ventríloquo (Michael Redgrave) que é intimidado até a submissão pelo seu próprio boneco, que parece ter personalidade própria. 

Silêncio nas Trevas (1946)

Título original: The Spiral Staircase Esse é um filme que envelheceu mal por conta da premissa e provavelmente seria cancelado por muitas pessoas. A proposta do serial killer é “acabar com as imperfeições do mundo” e ir atrás de mulheres deficientes. O longa foi feito pela perspectiva do assassino, então, acompanhamos seu olhar para a próxima vítima – que no caso é Helen (Dorothy McGuire), uma jovem empregada muda.  O assassino é tão intolerante com pessoas que ele julga imperfeitas que acaba literalmente as enxergando de maneira diferente. Helen, por exemplo, ele visualiza um rosto totalmente sem boca – que nem aquela cena em Matrix a qual Neo (Keanu Reeves) “perde” a sua.  A proposta tinha como foco fazer uma alusão à perseguição nazista em relação a pessoas com deficiências mentais e físicas. O filme foi criado um ano depois da Segunda Guerra Mundial ter acabado e o próprio diretor Robert Siodmak precisou fugir do nazismo por fazer parte do judaísmo. O resultado foi um filme de terror gótico para uma população que ainda estava se recuperando da violência massiva sofrida.

O Mensageiro do Diabo (1955)

Título original: The Night of the Hunter Em O Mensageiro do Diabo, um fanático religioso se casa com uma viúva cujos filhos pequenos relutam em dizer-lhe onde seu pai verdadeiro escondeu os 10.000 dólares que ele havia roubado. A partir dessa premissa, o filme se torna um dos melhores thrillers de perseguição, oferecendo muito mais do que um filme de terror real. Para enfatizar o pesadelo que as crianças estão sofrendo com esse fanático, o diretor Charles Laughton trabalha com imagens de contos de fadas, como se estivéssemos acompanhando uma história vinda das animações – com o adicional do pavor recorrente. 

O Vampiro da Noite (1958)

Título original: Horror of Dracula No filme de Terence Fisher, Peter Cushing estrela como Doutor Van Helsing, um homem determinado que está eternamente atrás de Drácula. Seu confronto final foi bem mais inspirado em “Nosferatu” do que na versão de 1931 de Drácula, e pode ser considerado um dos maiores clímax em qualquer filme de terror: uma convergência sem fôlego da fisicalidade de Christopher Lee no papel do vampiro e alguns efeitos de maquiagem à frente de seu tempo.

Os Olhos sem Rosto (1960)

Título original: Les yeux sans visage Os contos de fadas muitas vezes conseguem explorar muito bem os mesmos medos primitivos que os filmes de terror usam como fio condutor da narrativa. Aflições como a solidão, o envelhecimento, o medo da rejeição, a falta do amor fraternal e por aí vai. Na trama francesa de Georges Franju, um pai, que também é cirurgião plástico, fica obcecado por salvar a aparência de sua filha – que por sua vez sofreu um acidente e acabou tendo seu rosto desfigurado. Os Olhos sem Rosto utiliza as ferramentas de um conto de fadas do mundo invertido com lições e moral, mas, na verdade, é um baita filme assustador. A única solução que o pai encontra é realizar um transplante facial. Para isso, ele se dispõe a matar mulheres para roubar seus rostos. Porém, o corpo de sua filha rejeita os enxertos de pele e acaba trazendo mais uma camada do mais puro terror para as telas.  A moral, que era para ser um um aprendizado, acaba sendo um transtorno. Ela conclui que para conseguir ganhar algo, a única solução é tirar do outro. Vale muito a pena ver esse clássico. 

Psicose (1960)

Título oficial: Psycho Chegamos a uma das maiores referências do cinema em geral e do gênero de filmes de terror. Podemos até nos basear na cronologia de thriller pautando um “a.P” (antes de Psicose) e d.P (depois de Psicose). Considerando, claro, a narrativa, o formato do filme e todas as inovações que Alfred Hitchcock se propôs a arriscar a fazer.  Hitchcock gravou Psicose com a equipe de seu programa de TV “Alfred Hitchcock Presents”, com o logotipo da Paramount e tudo, simulando uma obra de televisão como forma de brincar com formatos e apagar a linha tênue entre cinema e TV.  No filme, após roubar 40 mil dólares para se casar com o namorado, uma mulher foge durante uma tempestade e decide pernoitar em um hotel que encontra pelo caminho. Ela conhece o educado e temperamental proprietário do estabelecimento, Norman Bates (Anthony Perkins), um jovem com um interesse em taxidermia e com uma relação conturbada com sua mãe. O que parece ser uma simples estadia no local se torna uma verdadeira noite de terror. Pessoalmente, o que torna mais legal ainda a história toda é o “spoiler” de que a atriz Janet Leigh, que interpreta Marion Crane, a personagem icônica da cena do chuveiro, é a mãe da Jamie Lee Curtis – que (bem) mais para frente, se torna a “final girl” favorita de todo mundo em seu tempo, também seguindo pela linha dos filmes de terror. 

A Aldeia dos Amaldiçoados (1960)

Título original: Village of the Damned E se as crianças, na verdade, não forem o nosso futuro? O diretor Wolf Rilla lança essa questão da forma mais bizarra possível nesse filme de terror. Na aldeia inglesa de Midwich, o professor George Sanders (Gordon Zellaby) passa por uma situação um tanto quanto diferente. A esposa dele e outras mulheres que seguiam um mesmo padrão foram engravidadas por forças extraterrestres.  Mesmo sabendo da situação arriscada e tendo uma intuição negativa, Sanders decide dar o benefício da dúvida para as crianças que nascem deste ocorrido. Mas certas paranoias que deixamos de lado nem sempre são infundadas. O professor acaba descobrindo na pele que tudo tende a piorar.

O Parque Macabro (1962)

Título original: Carnival of Souls Com um orçamento limitado ao equivalente a R$10 e um sonho, “O Parque Macabro”, de Herk Harvey, consegue ser triplamente mais assustador até que “O Mensageiro do Diabo”. Esse filme de terror oferece ao público um passeio completo por um parque de diversões repleto dos nossos medos mais profundos. Após um acidente traumático, uma mulher é atraída para um misterioso carnaval abandonado. Pois é, Candace Hilligoss na pele de Mary, não teve um segundo sequer de paz. Em meio a uma experiência de quase morte, ela adentra um universo pior ainda. 

Os Pássaros (1963)

Título original: The Birds Outro clássico de Alfred Hitchcock, dessa vez inclinado para o fim do mundo. Mas vamos começar do começo. A vida está ótima, tudo está indo bem, até que uma socialite de São Francisco decide pregar uma peça em um homem muito presunçoso. Algo tão bobo se torna uma bola de neve a partir desse ponto, criando um desastre maior: “a guerra dos pássaros” como diz um dos personagens. 

O Gato Preto (1968)

Título original: Yabu no naka no kuroneko Kaneto Shindo dirigiu em torno de 48 filmes ao todo durante os 100 anos de vida (1912 – 2012) e nenhum é tão bizarro quanto “Yabu no naka no kuroneko” (ou apenas Kuroneko). Seu plano de fundo, assim como outros diretores já mencionados, foi muito influenciado pelo contexto histórico no qual se encontrava. Nesse caso, a maior parte dos filmes foram assombrados pela bomba atômica lançada em Hiroshima, a cidade natal do diretor. Em “Kuroneko”, por sua vez, duas mulheres são estupradas e mortas por soldados samurais. Logo, elas reaparecem como fantasmas vingativos que seduzem e matam brutalmente os samurais de uma forma totalmente aterrorizante.

O Bebê de Rosemary (1968)

Título original: Rosemary’s Baby Mais um clássico para essa lista. No filme de Roman Polanski, um jovem casal se muda para um apartamento localizado em um bairro tranquilo. Quando a esposa é surpreendida por uma gravidez um tanto quanto fora do normal, a paranoia pela segurança do feto começa a controlar sua vida. Assim que a Mia Farrow aparece cantando sob os créditos iniciais deste filme de terror, você já sente a tensão dominando o ambiente todo. Como fingir normalidade tendo a angustiante suspeita de que bruxas fizeram um pacto com Lúcifer envolvendo seu filho que nem nascido é?  “O Bebê de Rosemary” traz de uma forma arrebatadora o horror psicológico, trazendo cenas e situações que ficam mais desconfortáveis ainda a cada vez que são assistidas. 

Os Demônios (1971)

Título original: The Devils Ken Russell adaptou “The Devils of Loudon”, do autor Aldous Huxley, na criação de “Os Demônios”. O filme se passa em uma França do século XVII e relata a história da vida de Urbain Grandier, uma figura real interpretada por Oliver Reed. Ele foi acusado de bruxaria por uma freira sexualmente reprimida – o que resultou em uma execução do padre na fogueira. O filme explora muito a hipocrisia religiosa e deu margem para a criação de um novo segmento no terror, envolvendo o contexto religioso. Como você já deve ter imaginado, esse filme foi banido, censurado, barrado, xingado e tudo quanto é coisa negativa por ter sido considerado um insulto à igreja. Tanto que quando foi finalmente liberado para o público, o corte oficial do diretor nunca foi divulgado. É uma história de abuso de poder, repressão sexual e histeria coletiva.

Ganja & Hess (1973)

O longa-metragem de Bill Gunn nos traz uma perspectiva diferente do que foi apresentado até então do universo dos vampiros. Unindo temas que envolvem sexo, religião e identidade afro-americana, o clássico inova na abordagem e oferece um resultado impressionante.  Na trama, o  antropólogo e médico Hess Green (Duane Jones) é esfaqueado com uma antiga adaga cerimonial pelo próprio assistente. Esse ato acaba concedendo a imortalidade a Green, e ao mesmo tempo, a maldição de uma sede insaciável por sangue. De certo existe uma metáfora entre a necessidade incontrolável por sangue e os vícios humanos, mas o filme com certeza vai muito mais longe que isso. 

Zumbis do Mal (1973)

Título original: Messiah of Evil Willard Huyck e Gloria Katz fizeram milagres com um orçamento baixíssimo para Zumbis do Mal. Nesse achado não tão popular, uma jovem sai em busca de seu pai que está desaparecido. Sua jornada a leva a uma estranha cidade litorânea da Califórnia, governada por um misterioso culto de mortos-vivos. São zumbis? Vampiros? Vampiros zumbis? Não fica claro. Mas o que não dá para negar é o clima sinistro e as cenas que definitivamente vão ficar na sua cabeça por um bom tempo.

O Exorcista (1973)

Título original: The Exorcist Se pudesse resumir esse filme a uma palavra, seria definitivamente “icônico”. Claro que, atualmente, se colocarmos a geração Z para assistir a esse clássico, o risco de ter gargalhadas de fundo é bem maior, considerando os efeitos visuais um tanto datados. Mas é inegável que “O Exorcista”, de William Friedkin, é uma baita referência na indústria do terror e continua sendo uma das obras audiovisuais mais assustadoras já feitas.  Linda Blair deu o nome ao interpretar Regan MacNeil, uma adolescente possuída por um espírito maligno. Sua mãe desesperadamente busca a ajuda de dois sacerdotes, apelando para Deus e o mundo pela alma da filha. O maior terror nisso tudo está no fato de que não há reza que impeça Regan de girar a cabeça, vomitar horrores enquanto ri malignamente e profetiza as vulgaridades mais repugnantes que uma igreja poderia encarar. É a mensagem clara de que ninguém está a salvo que instala o horror – indo além do gráfico. 

O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Título original: The Texas Chainsaw Massacre Slasher, aí vamos nós! Os anos 1970 foram fundamentais para a construção desse subgênero do terror e “O Massacre da Serra Elétrica” de Tobe Hooper foi, definitivamente, o catalisador.  Na história, um grupo de amigos se depara com uma casa perturbadora no Texas, habitada por uma família de canibais frenéticos liderada por um dos vilões mais icônicos da história, o Leatherface. Com uma máscara costurada de pele humana e a emblemática serra elétrica, o assassino é responsável por muitas cenas extremamente perturbadoras. É neste filme também que temos nossa primeira “final girl” da história. Sally (Marilyn Burns) se torna a pioneira das poucas sobreviventes em histórias slasher e vira ícone no gênero. A cena em que ela escapa na traseira de um carro, totalmente coberta de sangue, é inesquecível. 

Tubarão (1975)

Título original: Jaws Saindo um pouco do sobrenatural, a próxima parada é um trecho do universo de Steven Spielberg. Nessa realidade, os humanos pensam que conquistaram o mundo, mas não é bem assim. Enquanto estão focados na supremacia, a natureza vai se reorganizando para dar uma resposta a altura. Nesse blockbuster, um tubarão desencadeia caos numa praia e cabe a um xerife, um biólogo e um marinheiro a lutarem por suas vidas e pela população. Se prepare para muito sangue! 

Rocky Horror Show (1975)

Título original: The Rocky Horror Picture Show Ok, aqui confesso que essa indicação foi uma carteirada sem tamanho. Esse longa-metragem icônico do diretor Jim Sharman é mais conhecido pelo lado musical, isso é um fato. São apresentações bizarramente sincronizadas ao longo da madrugada, cheias de seres para além do humano. É um Time Warp daqui, uma letra sugestiva dali, uma ambientação que destrói toda e qualquer presença de conservadorismo dentro do gênero. Ainda assim, mesmo juntando pelo menos quatro segmentos e se tornando uma comédia musical de terror com ficção científica, que saiu dos teatros para os telões, há muitos elementos perturbadores em jogo.  Sequestro, assassinatos, canibalismo, incesto implícito, extraterrestres em busca de diversão e muito mais. Claro, não é extremamente assustador no sentido tradicional que segui até agora na lista, mas a loucura de Frank-N-Furter causa certa síndrome de estocolmo – você sabe que ele é um maníaco, mas não consegue evitar que se encante pelo seu jeito.

Carrie, a Estranha (1976)

Título original: Carrie O dia da sua formatura pode até ter sido ruim, mas duvido muito que tenha sido a nível de “Carrie, a Estranha”. Voltando para o time de clássicos, é importante destacar que Sissy Spacek está entre os pouquíssimos artistas a ganhar uma indicação ao Oscar por estrelar um filme de terror. A adaptação do romance de Stephen King, feita por Brian de Palma, é considerada uma saga de vingança bem justificada diante de uma adolescência traumatizante. Na trama, Carrie White (Spacek) é uma jovem tímida e solitária que desencadeia suas potências quando é humilhada por seus colegas do colégio.

A Profecia (1976)

Título original: The Omen Esse aqui é digno de trauma. “A Profecia” é a primeira parte da trilogia e até hoje é considerado um dos melhores filmes de terror já feitos. Nele, Richard Donner cria uma atmosfera sinistra na qual uma série de mortes misteriosas cercam o embaixador dos Estados Unidos, que se pergunta se é possível que a criança que ele está criando seja realmente o Anticristo. São algumas cenas genuinamente arrepiantes, incluindo sequências de morte terríveis embaladas por uma famosa trilha sonora vencedora do Oscar (liderada por sua música-tema “Ave Satani”, composta por Jerry Goldsmith). O filme definitivamente apresenta um cenário que seria o pior pesadelo de qualquer pai. 

Hausu (1977)

Surpreendentemente, na época, ninguém acreditava que esse filme iria para frente. Mas Obayashi Nobuhiko transformou o roteiro em arte diante das telas. Pode até ter um toque meio trash, mas com o tempo tornou-se uma referência cult para quem se interessa pela história dos filmes de terror.  Na premissa, Oshare (Kimiko Ikegami) leva o grupo de amigos para a casa assombrada da tia. A partir daí, é só ladeira abaixo. Nobuhiko explora o universo fantasmagórico dando vida aos objetos e alimentando situações de uma forma bem lúdica, proporcionando momentos que fazem o próprio espectador achar que está a beira da loucura junto com os personagens.

Suspiria (1977)

Uma dica é: não assista ao remake de 2018 sem antes passar por esse original de 1977. A estética abordada por Dario Argento faz toda a diferença para entender o propósito do filme e como ele é apenas um pedaço do todo que o diretor construiu em sua carreira. “Suspiria” é a primeira parte da trilogia de três mães, feita por Argento. Nela, uma americana recém-chegada a uma prestigiada academia de balé alemã percebe que a escola é uma fachada para algo sinistro no meio de uma série de assassinatos horripilantes. Com exceção do filme seguinte, “Inferno”, de 1980, o diretor nunca fez nada tão impressionante quanto “Suspiria”. As cores deslumbrantes e a atuação exageradamente dramática com jogadas de câmera estratégicas fornecem um toque de beleza para as cenas mais brutais e icônicas que se pode imaginar. É um cinema experimental que deu certo e mesmo que Luca Guadagnino tenha tentado replicar a fórmula, não teve tanto sucesso.

Halloween: A Noite do Terror (1978)

Título original: Halloween Lembra quando citei a Jamie Lee Curtis lá em cima ao falar sobre o papel da mãe em Psicose? Pois então, chegou o momento dela! “Halloween” não inventou a fórmula do slasher, mas definitivamente se destacou entre eles por John Carpenter ter encontrado uma fórmula perfeita para o gênero. Quinze anos depois de assassinar a irmã de Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) na noite de Halloween em 1963, Michael Myers (Nick Castle) escapa do hospício e retorna para a pequena cidade de Haddonfield para matar novamente. Com o rosto todo desfigurado e escondido atrás de uma máscara branca macabra, Myers persegue e esfaqueia todo mundo que vê pela frente durante o filme, provando ser imune a balas e golpes.  Embora Carpenter estivesse decidido a “matar” Myers em “Halloween II: O Pesadelo Continua!”, o personagem provou ser tão popular a ponto de ser ressuscitado. Desde então, Michael Myers ganhou uma franquia para chamar de sua e Laurie Strode demorou uma vida inteira para ter paz.

Alien – O 8º Passageiro (1979)

Título original: Alien Não importa quantos filmes façam para a franquia de Alien, nenhum se compara ao primeiro de seu nome, isso é um fato. Ridley Scott uniu ficção científica e o mais puro terror em um filme só de forma única e original. Ellen Ripley (Sigourney Weaver) sempre será famosa! Nele, depois que um navio mercante do espaço recebe uma chamada de socorro, a equipe encontra um dos tripulantes sendo atacado por uma misteriosa criatura, e logo percebem que a vida de todos está em perigo.

Os Filhos do Medo (1979)

Título original: The Brood É em “Os Filhos do Medo” que David Cronenberg consolida sua identidade estética no cinema. Sua especialidade se torna sacadas inteligentes e bem visuais sobre os perigos e as possibilidades perturbadoras que a exploração da ciência proporciona. Se você gosta de bizarrices gráficas, achou seu lugar.  Para não estragar a experiência bizarra, só digo que nesta trama um homem tenta descobrir as técnicas terapêuticas de um psicólogo não convencional no meio de uma série de assassinatos brutais.

Sexta-Feira 13 (1980)

Título original: Friday the 13th Mais um slasher para a conta! Michael Myers fez escola com “Halloween” e inspirou Sean S. Cunningham e Victor Miller na criação de Jason – que, com o passar do tempo, também ganhou vários outros filmes mirabolantes e surreais, além de ter conquistado a tão emblemática máscara. Filmado em um antigo acampamento de escoteiros e com um elenco de jovens com potencial em ascensão, incluindo Kevin Bacon, Adrienne King e até mesmo o filho de Bing Crosby, Harry Crosby, o primeiro filme de Jason traz muitas mortes macabras e sangue para todo lado. Por seguir a lógica de slashers anteriores, a fórmula não sai muito do padrão. É uma história bem simples que envolve adolescentes com tesão, um acampamento isolado com histórico tenebroso e estratégias não tão inteligentes de sobrevivência. Mas não deixa de ser um clássico. Sem contar que o fato de já ser apresentado o motivo pelo qual Jason é um assassino torna tudo muito mais interessante.

A Mansão do Inferno (1980)

Título original: Inferno Como comentado lá em cima em “Suspiria”, Argento segue sua trilogia sinistra das Três Mães e apresenta ao público “A Mansão do Inferno”. Ou só “Inferno”, como preferir. Mantendo a estética de cores vibrantes para crimes quase que inimagináveis, uma poetisa passa a acreditar que sua casa foi o lar de uma das mães do inferno descritas em um livro. Amedrontada, chama o irmão, que estuda em Roma, para morar com ela, mas descobre que a faculdade também está relacionada ao mistério.

O Iluminado (1980)

Título original: The Shining Jack Torrance (Jack Nicholson) é a prova viva de que a culpa geralmente não está nos fantasmas que nos assombram, mas sim em nós mesmos. Eles só ativam o que já existe. O personagem mais psicótico de Stanley Kubrick também está na lista dos mais emblemáticos da indústria do terror.  Uma família se dirige a um hotel isolado para o inverno, onde uma presença sinistra influencia a violência do pai, enquanto seu filho psíquico vê presságios horríveis do passado e do futuro.

Possessão (1981)

Título original: Possession Não sei para você, mas para mim, a maior parte das histórias que envolvem possessão são meio puxadas. Pela direção de Andrzej Zulawaki, uma mulher começa a apresentar um comportamento cada vez mais perturbador depois de pedir o divórcio ao marido. As suspeitas de infidelidade logo dão lugar a algo muito mais sinistro. Escondida dentro de um apartamento antigo e mal cuidado no meio de uma Berlim devastada pela guerra, Anna (Isabelle Adjani) está escondida com um amante secreto. Impulsionado por uma performance impressionante de Adjani, que ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes após a estreia do filme em 1980, e seu inesquecível colapso no metrô, “Possessão” é um filme singular com traços aterrorizantes atemporais.

Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (1981)

Título original: The Evil Dead Cinco amigos viajam para uma cabana na floresta. O que pode dar errado nisso? Bem, muita coisa. No longa dirigido por Sam Raimi, esse grupo acaba liberando criaturas demoníacas à espreita na floresta e na cabana. “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio” exigiu muita produção gráfica e investimento em maquiagem e produção a ponto de ter um resultado que faça você repensar suas férias em lugares isolados como o cenário deste filme.

Poltergeist: O Fenômeno (1982)

Título original: Poltergeist Tobe Hooper dá uma lição muito preciosa com “Poltergeist”. Procure conhecer mais sobre a história que envolve o terreno em que sua casa ou apartamento foi construído. Sério. A premissa é básica, mas o desenrolar da história acaba sendo aterrorizante. Aqui, a casa de uma família é assombrada por uma série de fantasmas demoníacos. Isso porque os construtores decidiram ignorar que o território era anteriormente o cemitério da cidade – um caso clássico de desumanização que o mundo corporativo leva como lema. O resultado chega a ser óbvio. Os fantasmas dos corpos que estavam enterrados ali invadem a casa de uma família através das armadilhas pacificadoras do subúrbio: os brinquedos para as crianças e a televisão para os adultos. Venha para a luz, Carol Anne!

Fome de Viver (1983)

Título original: The Hunger Dirigido por Tony Scott, “Fome de Viver” conquistou algo que poderia ser considerado impossível: fazer com que David Bowie seja rejeitado. John (Bowie) é o amante da estonteante vampira Miriam (Catherine Deneuve), que existe desde a época dos faraós. Ele acha que viverá para sempre, mas começa a envelhecer rapidamente e Miriam procura um novo companheiro. Quer mais motivos para dar uma chance a esse filme? Pois bem. Miriam não só acha um companheiro, como na verdade é uma companheira: Sarah (Susan Sarandon), uma médica especializada em envelhecimento que procurava ajudar John.  Este é um filme de vampiros diferente de qualquer outro já feito. Sarandon e Deneuve entregam uma relação lésbica intensa e Bowie ganha de presente a chance de viver em uma realidade alternativa na qual ele é um vampiro que sai por aí em busca de sua próxima vítima.

A Hora do Pesadelo (1984)

Título original: A Nightmare on Elm Street Wes Craven acertou demais no nascimento de Freddy Krueger. Esse filme é de longe um dos meus favoritos dentre todos que compõem a lista de assassinos malucos. Enfim, vamos chegar lá. Várias pessoas em Elm Street são perseguidas por um assassino em série que mata suas vítimas durante seus sonhos. Enquanto os sobreviventes tentam encontrar a razão pela qual foram escolhidos, o assassino não desperdiçará qualquer oportunidade de matá-los. Não é que Krueger esteja à toa por aí e para passar o tempo decide matar por esporte. O problema maior que o filme indica é que as novas vítimas estão pagando pelos erros das gerações passadas. Houve uma época que as pessoas do bairro decidiram fazer justiça com as próprias mãos ao descobrirem que Freddy Krueger cometeu atos repugnantes. Eles queimaram vivo o homem que, depois de muito tempo, volta como uma ameaça sobrenatural para assombrar todos os filhos daqueles que foram responsáveis pelo ato. A mensagem de Craven é clara: Krueger precisava ser levado à justiça, mas as pessoas preferiram ser mais imediatas.

A Mosca (1986)

Título original: The Fly Lembram do Cronenberg e toda sua estética envolvendo as ameaças do meio científico? Dessa vez, ele volta para essa lista com um dos filmes mais nojentos e aterrorizantes que existe. Provavelmente foram esses elementos que o tornaram um filme aclamado e merecedor de um espaço no mainstream. Em “A Mosca”, podemos encontrar um Jeff Goldblum bem novinho dando vida ao excêntrico cientista Seth Brundle. Ele completa seu dispositivo de teletransporte e decide testar a eficácia do experimento em si próprio. Sem que ele perceba, uma mosca cai no aparelho durante o processo e provoca uma fusão dele com o inseto. Contudo, ele pensa que o experimento foi um sucesso, até que começa a notar que as células da mosca estão tomando conta de seu corpo, e ele acaba se transformando em uma criatura monstruosa. Através de incríveis efeitos práticos, graficamente falando, o longa-metragem é o ápice da exploração da estética de Cronenberg,  que ficou conhecida como um segmento de “Body Horror” ou “horror corporal”. Esse subgênero costuma gerar reflexões sobre doenças e envelhecimento de maneiras tão perturbadoras quanto os próprios temas.

Brinquedo Assassino (1988)

Título original: Child’s Play Quem imaginaria que um dia seria criado um slasher com um brinquedo de protagonista? Pois bem, o diretor (não o ator, até porque ele nem era nascido) Tom Holland presenteou o público com o Chucky, o boneco assassino mais amado no mundo. Na história, uma mãe solteira dá a seu filho o boneco mais desejado para o seu aniversário, mas eventualmente eles descobrem da pior forma que ele é possuído pela alma de um assassino em série. Depois desse filme, as crianças brasileiras que tiveram a boneca da Eliana em tamanho real nunca mais foram as mesmas. Acredite. 

Cemitério Maldito (1989)

Título original: Pet Sematary É bom deixar claro que o que vale a pena assistir é a versão original, essa aqui de 1989. Os livros do Stephen King se tornaram praticamente bíblias para adaptações audiovisuais, existem muitas delas por aí, sendo algumas extraordinárias e outras completas bombas. Bem, o remake de 2019 se enquadra no segundo grupo. Mas vamos focar no original de Mary Lambert que encontra um meio termo e consegue transformar um dos livros mais assustadores de King em um excelente filme de terror. Lembra de Poltergeist? É quase o mesmo problema. A diferença é que um homem descobre um cemitério em seu próprio quintal. Até aí tudo bem, o problema começa quando ele descobre que o lugar tem o poder de ressuscitar os mortos. Uma fórmula simples, porém eficaz quando se trata dos jumpscares. 

Santa Sangre (1989)

Considerado um dos melhores thrillers já feitos, Santa Sangre é uma produção mexicana que consegue ultrapassar os limites do terror. Esse é um filme dirigido por Alejandro Jodorowsky e acompanha um ator de circo completamente perturbado que foge de um hospital psiquiátrico para se reunir com a mãe, a líder de um culto religioso bizarro, e é forçado a executar assassinatos brutais em seu nome.

Louca Obsessão (1990)

Título original: Misery Particularmente, um Oscar só de Melhor Atriz para Kathy Bates por essa atuação não foi o suficiente. Ela deveria ganhar um prêmio de tempos em tempos de tão grandiosa que foi ao interpretar a neurótica Annie Wikes – a maluca pioneira das fanfics. O filme de Rob Reiner é mais uma adaptação que deu certo de um dos livros de Stephen King. Nele, o escritor de sucesso Paul Sheldon (James Caan) sofre um acidente de carro e é socorrido pela enfermeira Annie (Bates), que afirma ser sua fã número um. Ela o leva para sua isolada casa e cuida de sua saúde, mas um dia acaba tendo acesso aos originais do próximo livro do escritor e descobre que sua personagem predileta será morta. Essa revelação faz com que sua personalidade doentia se revele.

O Silêncio dos Inocentes (1991)

Título original: The Silence of the Lambs Apesar de já ter um filme antes na franquia de Hannibal, é justamente “O Silêncio dos Inocentes” que conquista a todos. Thomas Harris entregou o bastão a Jonathan Demme que conseguiu fazer um trabalho extraordinário com a dupla Anthony Hopkins, como Hannibal Lecter, e Jodie Foster, como Clarice Starling, agente do FBI. Na trama, Clarice (Foster) é aconselhada contra sua vontade a buscar a ajuda de Hannibal Lecter, um psiquiatra brilhante e psicopata canibal, a fim de conseguir capturar outro assassino com métodos tão desumanos quanto os de Lecter (Hopkins). 

Drácula de Bram Stoker (1992)

Título original: Bram Stoker’s Dracula Francis Ford Coppola conseguiu criar a versão perfeita de Drácula de Bram Stoker. Não poderíamos esperar menos de um filme que tem no elenco Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves e Anthony Hopkins, dentre outros nomes de destaque do cinema. Coppola explorou todos os indícios de sensualidade que sempre estiveram enterrados e subentendidos no Drácula original de Bram Stoker. O vermelho vivo nas roupas e na navalha ensanguentada que o vampiro ancião quase não resiste; as roupas elegantes e os cortejos educados que se contrapõem à bestialidade mostrada em alguns momentos; as atuações impecáveis e as mulheres inocentes que se antes eram vítimas, após a transformação se tornam seres irresistíveis e poderosos. Como dizem por aí, a versão de Coppola envelheceu feito vinho.

O Mistério de Candyman (1992)

Título original: Candyman Um bicho-papão aterrorizando um projeto de habitação pública? Sim, é isso mesmo que você leu. Baseado no conto de Clive Barker “The Forbidden”, o diretor Bernard Rose adapta a história da cidade para os prédios em ruínas e um tanto quanto assustadores em Chicago.  Foi uma decisão bem pensada que transformou o tom classicista da história original em algo explicitamente racial. Então, nessa versão, Helen Lyle (Virginia Madsen) é uma estudante cuja pesquisa sobre folclore moderno evoca espíritos dos mortos. Ela nunca acreditou em superstições, mas quando conhece a história de Candyman, um espírito escravo que tem uma mão em forma de gancho e que assombra uma famosa casa, ela fica entusiasmada para escrever sua tese. E cabe ao Tony Todd e sua voz imponente como Candyman colocar todo mundo para correr, principalmente esses racistas.

O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (1994)

Título original: Wes Craven’s New Nightmare Castigo do monstro, sim, ele voltou, o mais temido de todos. Só que dessa vez ele vem inteiramente reformulado e com uma narrativa um tanto quanto curiosa. Realidade e fantasia se misturam em formas inquietantes neste filme da franquia, que reúne o diretor Wes Craven e os atores Heather Langenkamp e Robert Englund retratando eles mesmos.  Heather considera fazer outro filme com Craven e seu filho Dylan cai, então, sob o feitiço do vilão icônico, o desfigurado Freddy Krueger – escolhido por uma força demoníaca para servir de portal para o nosso mundo. Eventualmente, Langenkamp deve enfrentar o espírito de Freddy para salvação da alma de Dylan. É aqui que Craven começa a dar dicas do seu próximo sucesso. A metalinguagem vira uma característica inconfundível da identidade audiovisual do diretor.

Pânico (1996)

Título original: Scream No intuito de satirizar o próprio slasher, Wes Craven acabou criando outro blockbuster que estourou, conseguiu ter sua própria franquia e ainda conquistou uma legião de fãs. Na época houve toda uma campanha em cima da imagem de Drew Barrymore, nossa “final girl” em potencial que estampou até o pôster do filme. Mas a obviedade nunca foi um caminho que Craven fez questão de seguir. A premissa simples é baseada em um grupo de jovens que enfrenta um assassino mascarado que testa seus conhecimentos sobre filmes de terror como um fator decisivo de vida ou morte. É um combo de humor com o slasher clichê e as piadas justamente com esses padrões de filmes que envolvem adolescentes fazendo burrice para escapar de assassinos. Pânico é uma homenagem inteligente a um dos gêneros mais populares do terror, tendo até uma “final girl” para chamar de sua na pele de Neve Campbell. 

Ring: O Chamado (1998)

Título original: Ringu Atrás de todo remake americano existe um original mil vezes melhor. “O Chamado”, de Hideo Nakata, é um deles. Tudo bem que a versão americana com a Naomi Watts é um dos raros remakes de terror que funcionou muito bem (inclusive, consta nessa lista também), mas ainda assim não se compara com a obra dirigida por Nakata. Uma repórter investiga uma série de mortes atribuídas a uma lenda urbana sobre uma fita de vídeo que provoca a morte de quem a assiste depois de 7 dias. Porém, logo ela descobre que a lenda pode ser mais real do que ela imagina. Isso é o suficiente para te tirar o sono.

Audição (1999)

Título original: Ôdishon Kiri, Kiri, Kiri. Ou essas palavras o assombram, ou você nunca as ouviu – não há muito meio-termo. “Audição” é uma adaptação do romance de Ryū Murakami feita por Takashi Miike com o mesmo nome, mas tem começo e fim tão diferentes da obra original que quem assiste sem conhecimento prévio do contexto, nem imaginaria que se trata de um filme de terror. Bem, até certo ponto, pelo menos. A premissa um tanto enganosa entrega a história de um viúvo que começa a fazer testes para achar uma nova esposa. Quando você percebe o que realmente está acontecendo, já é tarde demais.

A Bruxa de Blair (1999)

Título original: The Blair Witch Project Uns amam, outros odeiam, mas a verdade é uma só: “A Bruxa de Blair” , de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, consolidou o gênero do found-footage no terror. Na época em que foi lançado, sem dar muito contexto ou explicação, o filme gerou até uma dúvida entre os espectadores. Isso foi real ou ficção? É um documentário? H. G. Wells ficaria orgulhoso com a perspicácia.  Nesse filme, três estudantes de cinema desapareceram depois de entrar em uma floresta em Maryland para fazer um documentário sobre a lenda da bruxa de Blair. A fita foi encontrada com imagens perturbadoras.

O Sexto Sentido (1999)

Título original: The Sixth Sense “O Sexto Sentido” de M. Night Shyamalan é um filme que gera muita discussão. Inclusive, ele que tem a frase clássica “Eu vejo pessoas mortas”, proferidas pelo ator mirim da época Haley Joel Osment. Existe um grupo de pessoas que reforçam o quão óbvia é a reviravolta da trama, tem outros que consideram o melhor plot twist já feito. De qualquer forma, é um filme para ver e rever, pois a cada vez que ele é reassistido, uma pista que denuncia mais ainda o que realmente está acontecendo na história fica em evidência. Um garoto vê o espírito de pessoas mortas à sua volta. Um dia, ele conta o segredo ao psicólogo Malcolm Crowe (Bruce Willis), que tenta ajudá-lo a descobrir o que está por trás dos distúrbios. A pesquisa de Crowe sobre os poderes do garoto causa consequências inesperadas para ambos.

Possuída (2000)

Título original: Ginger Snaps O roteirista e diretor canadense John Fawcett e sua co-roteirista de “Ginger Snaps” Karen Walton estavam muito à frente de seu tempo com esse thriller. Com esse filme, viramos a casaca e pulamos um pouco para o lado dos lobisomens.  “Possuída” retrata a angústia adolescente, identidade feminina e dinâmica de poder específica de gênero – assuntos mais que atuais – por meio de duas irmãs obcecadas pela morte, párias em seu bairro suburbano, que devem lidar com as trágicas consequências quando uma delas é mordida por um lobisomem mortal.

Pulse (2001)

Título original: Kairo Importante reforçar que o fenômeno da internet era uma grande novidade na época. Assim como hoje em dia temos filmes de terror com a premissa acontecendo via Skype, “Pulse” já pende para os tempos de internet discada – digamos que é um terror com referências que os millennials vão captar e, ao mesmo tempo, um horror para a geração z só de imaginar os perrengues para conseguir uma conexão, inclusive desconfio que nem precisaria envolver sobrenatural para assustar esse segundo grupo. A dificuldade com a internet já bastaria. Enfim, no filme de Kiyoshi Kurosawa, ideias não podem ser exorcizadas. Dois grupos de pessoas descobrem evidências que sugerem que espíritos de outros planos são equivalentes a um vírus de computador tentando invadir a realidade por meio da internet. À medida que os vivos desaparecem, os mortos tomam seus lugares e crescem de forma desproporcional, afetando suas vítimas de maneiras imprevisíveis. A sinopse pode ser um tanto quanto tosca, mas experimenta assistir de fato ao filme. Os efeitos gráficos compensam, vai por mim. 

A Espinha do Diabo (2001)

Título original: El espinazo del diablo Guillermo Del Toro é mestre na arte de mesclar terror com ficção e algo a mais que faça você sentir um dicionário inteiro de emoções do começo ao fim do filme. “A Espinha do Diabo”, filme mais pessoal de Del Toro, não só contou com toda essa genialidade, como foi filmado na Espanha com suporte de ninguém menos que Pedro Almodóvar. A trama é contada pela perspectiva de Carlos (Fernando Tielve), um menino de 12 anos recém-chegado em um orfanato sinistro após perder o pai na Guerra Civil espanhola. O garoto começa a ser assombrado por visões de uma misteriosa aparição que o apresenta a um mistério que aconteceu na noite em que uma bomba atingiu o pátio do orfanato. Tudo leva até a mensagem de que ter sido uma criança em plena guerra foi de fato o verdadeiro horror. 

Os Outros (2001)

Título original: The Others Indiscutivelmente um dos filmes de terror gótico mais satisfatórios. Assim como “O Sexto Sentido”, o longa-metragem “Os Outros”, de Alejandro Amenábar, conta com a maior reviravolta já feita na história do cinema entre os filmes de suspense. É um puxão de tapete bem feito, pois reformula tudo o que veio antes na luz fria do dia e sugere que as pessoas podem ser tão assombrosas quanto as casas que chamam de lar. Sem muitos detalhes, caso ainda não tenha visto, apenas aperte o play sabendo que durante a Segunda Guerra, a devota Grace (Nicole Kidman) aguarda com os filhos o retorno do marido dos campos de batalha. Isolados em uma mansão numa ilha deserta, passam a observar estranhos acontecimentos ao seu redor.

May, Obsessão Assassina (2002)

Título original: May Estreia peculiar e assustadora do diretor e escritor Lucky McKee, “May” acompanha a vida de Angela Bettis (May Dove Canady), uma jovem desajustada que teve uma infância conturbada, causada por um problema oftalmológico, que embarca numa matança em busca de partes de corpos para a construção do companheiro perfeito. Com elementos típicos dos filmes de terror em geral misturado com o “Body Horror” ou “horror corporal”, a personagem excêntrica May oferece muitos sustos e muitos atos sangrentos.

Sinais (2002)

Título original: Signs Mais um filme de M. Night Shyamalan, mas dessa vez com um tipo de história totalmente diferente. Claro que a identidade de Shyamalan é colocar mensagens subliminares em seus filmes e isso se mantém. A reviravolta nem tanto. Mas agora estamos falando de outro tipo de terror. Habemus invasão alienígena! Em “Sinais” temos Mel Gibson no auge e um Joaquin Phoenix como irmão mais novo lançando a tendência de chapéus de alumínio para evitar que extraterrestres entrem na mente. Rory Culkin e Abigail Breslin trazem a pitada de fofura e apego dos espectadores, fazendo com que a gente fique alerta e com medo de que as crianças sejam afetadas. Na premissa, uma família que vive em uma fazenda encontra misteriosos círculos nas plantações, sugerindo algo mais assustador. Simples, mas muito bem feito. Filme atemporal.

O Chamado (2002)

Título original: The Ring O conto sobrenatural de Gore Verbinski é um remake do filme de terror japonês de 1998 “Ringu”, baseado no romance de mesmo nome de Koji Suzuki. A premissa segue a mesma: uma jornalista investiga a lenda de uma fita de vídeo que contém imagens bizarras e amaldiçoadas, levando a pessoa a receber um telefonema mortal em sete dias. Liderada por uma performance cativante de Naomi Watts, a história se mantém sombria e adiciona muitas camadas de jumpscare. Além disso, esse longa-metragem é o primeiro remake americano do chamado “J-Horror”. Apesar de não chegar ao nível do original, ele conseguiu estender em três sequências a história e abriu portas para várias outras adaptações de filmes de terror asiáticos, incluindo “O Grito”.

Medo (2003)

Título original: Janghwa, Hongryeon O horror coreano causou alguns dos maiores sustos nos últimos anos. Quer dizer, causa desde sempre. “Medo” é um thriller psicológico, de Kim Jee-woon, que deixa o público desnorteado mais de uma vez, renunciando às reviravoltas e revelações mais óbvias para um final verdadeiramente comovente que fará você querer assistir ao filme novamente. Após passarem um bom período como pacientes em um hospital psiquiátrico, duas irmãs retornam para casa, um lugar comandado pelo pai e pela madrasta – que por sua vez, revela-se ser uma mulher cruel e obsessiva que abala ainda mais a saúde mental das meninas. Além disso, um fantasma ronda a casa e as lembranças das tragédias que aconteceram à família ficam em evidência.

Alta Tensão (2003)

Título original: High Tension O longa-metragem francês de terror conseguiu colocar o diretor Alexandre Aja no radar do público americano. Isso porque o thriller psicológico é extremamente brutal e um tanto quanto curioso. Na história, duas amigas, Alex (Maïwenn) e Marie (Cécile de France), vão à casa de campo da família de Alex. Quando chegam, descobrem que a família inteira foi morta. O assassino, ainda presente, rapta Alex, e Marie fará todo o possível para salvá-la. A grande reviravolta de “Alta Tensão” dividiu o público desde sua estreia em 2003 até os dias de hoje. Ainda assim, continua sendo um emocionante slasher, repleto de sustos e sangue para satisfazer até os fãs de terror mais céticos.

Jogos Mortais (2004)

Título original: Saw Os criadores da franquia “Jogos Mortais” Leigh Whannell e James Wan, que respectivamente dirigiram e escreveram o original de 2004, tiveram seus sucessos graças à história brutalmente simples de um serial killer frustrado com sua própria saúde e um interesse meio bizarro por fantoches assustadores, armadilhas mortais e gravações terríveis. Dois homens acordam acorrentados em um banheiro como prisioneiros de um serial killer que leva suas vítimas a situações limítrofes em um jogo macabro. Para sobreviver, eles terão que se unir para desvendar juntos as peças desse quebra-cabeças doentio. Mesmo tendo rendido sete filmes para a franquia, poucos chegam ao nível desse primeiro.

Abismo do Medo (2005)

Título original: The Descent O diretor Neil Marshall lança aqui um dos filmes de suspense mais interessante relacionado à capacidade de sobrevivência, limites morais e vingança. Um grupo de jovens amigas resolve fazer uma expedição a uma caverna. O deslizamento de uma rocha, porém, deixa as garotas presas com suprimentos quase nulos. À medida que cresce a tensão, elas descobrem que criaturas estranhas e malignas habitam o local.

Premonição 3 (2006)

Título original: Final Destination 3 Dentre os cinco filmes lançados da franquia, o terceiro é o que mais se destaca. Diria até que 2006 abriu portas para uma maré de sucessos na carreira de Mary Elizabeth Winstead que, no longa, interpreta Wendy Christensen, uma das protagonistas de filmes de suspense e terror mais queridas. Dirigido por James Wong, o longa-metragem mostra a realidade após seis anos em que um grupo de estudantes engana pela primeira vez a morte, por causa do pressentimento de uma das integrantes do grupo sobre um possível acidente em uma montanha-russa. Quando a visão prova ser verdadeira, a estudante e os sobreviventes precisarão lidar com as repercussões de enganar a morte.

A Invasora (2007)

Título original: À l’intérieur O melhor thriller envolvendo maternidade e gestação desde “O Bebê de Rosemary” também é um dos filmes de terror mais agoniantes já feitos. A dupla de diretores franceses Alexandre Bustillo e Julien Maury construiu um filme com imagens extremamente chocantes com pitadas de sustos repentinos herdados de uma técnica “hitchcockiana”, digamos assim. Basicamente, “A Invasora” gira em torno dos esforços da futura mãe solteira Sarah (Alysson Paradis) para impedir que um intruso literalmente arranque uma criança de seu abdômen. Facas e tesouras voam adoidado, mas o trabalho de câmera deixa claro que os cineastas não estão buscando efeito puramente gráfico.

Atividade Paranormal (2007)

Título original: Paranormal Activity Hoje em dia talvez “Atividade Paranormal”, de Oren Peli, não tenha tanto impacto assim como teve em sua estreia, mas não deixa de ser um marco na história dos filmes de terror. Na história, depois de se mudar para uma casa suburbana, um casal é cada vez mais perturbado por uma presença demoníaca noturna. Essa experiência foi estendida para mais sete filmes, tornando-se uma franquia de sucesso e uma cronologia que funcionou como um quebra-cabeça para os fãs montarem.

[Rec] (2007)

Há quem prefira Rec em vez de Atividade Paranormal. Inclusive, esse longa espanhol dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza acabou se tornando referência no gênero mockumentary (falso documentário). Combinando filmagens tremidas imprevisíveis com constantes sustos, o público imerge na visão do cinegrafista – que nunca sabe para onde apontar sua câmera, vivendo um clima tenso que implica que a qualquer momento pode ser tarde demais.

O Hospedeiro (2007)

Título original: The Host Nesse caso, vamos sair um pouco da linha espíritos e focar um pouco no monstro criado por Bong Joon-ho, mesmo diretor de Parasita (2019) – que usou alguns elementos da vida real, inclusive, para traçar uma crítica. A trama acompanha Hie-Bong (Byun Hee-Bong), que mora na beira do rio Han com a família. Todos cuidam da menina Hyun-seo (Ko Asung), cuja mãe saiu de casa há muito tempo. Um monstro surge nesse rio, causando terror nas margens e levando com ele a neta de Hie-bong. Com isso, os membros da família precisam enfrentar o monstro.

O Nevoeiro (2007)

Título original: The Mist Temos aqui mais uma adaptação das obras de Stephen King que deu certo, dessa vez pela ótica de Frank Darabont. Nessa versão para os cinemas, uma estranha tempestade parece trazer algumas criaturas sanguinárias para uma cidade pequena, onde um grupo limitado de cidadãos se fortifica no supermercado para tentar sobreviver. É um filme tenso e angustiante que oscila entre esperança e horror.

O Orfanato (2007)

Título original: The Orphanage  É como se a estética de “O Labirinto do Fauno” se estendesse para um novo cenário de horror maternal. O Orfanato, de J.A Bayona, acompanha uma mulher retornando ao orfanato no qual cresceu e tendo que lidar com os fantasmas de seu passado.  Com crianças assustadoras e forças invisíveis, o filme oferece uma gama de referências usadas até hoje para retratar cenas de como lidar com os momentos assustadores que acontecem ao anoitecer.

Os Estranhos (2008)

Título original: The Strangers A estreia na direção de Bryan Bertino com Os Estranhos é um dos filmes mais básicos desta lista, mas sua simplicidade também pode ser vista como a sua maior virtude. A premissa tem o objetivo de despertar medos bem reais em seu público. Isso porque aqui não se trata de zumbis, monstros do rio ou massacres com serra-elétrica em um lugar aleatório. O terror está em uma situação que pode aparecer na rotina. Liv Tyler e Scott Speedman dão vida a um casal bem comum. No meio de uma das “DRs” que estavam tendo, alguém bate na porta. É aí que começa a tensão. Três pessoas mascaradas surgem com ferramentas e o desejo de começar um jogo sádico com a dupla que está dentro da casa. Cheio de brutalidade e mistério, ao mesmo tempo que você tenta desvendar o porquê desse trio de maníacos ir atrás justamente desse casal em particular, a vontade de pausar o filme e sair correndo para verificar se sua porta está trancada aumenta a cada segundo.

Deixe Ela Entrar (2008)

Título original: Låt den rätte komma in E por falar em invasões domiciliares, vou aproveitar o gancho e falar um pouco sobre o filme sueco Deixe Ela Entrar, dirigido por Tomas Alfredson. Mas, dessa vez, não estou falando de maníacos com máscaras. Oskar (Kåre Hedebrant), um menino tímido de 12 anos, faz amizade com Eli (Lina Leandersson), sua misteriosa e encantadora vizinha.  A essa altura da lista você já deve ter entendido que não podemos subestimar a habilidade que uma criança pode ter no quesito susto e gritaria. Com esse filme não será diferente. Ao criar uma atmosfera na qual sentimos uma presença à espreita na escuridão, a combinação de cores na tela cria uma intimidade assombrosa com os jovens personagens.

Mártires (2008)

Título original: Martyrs O movimento New French Extremity teve sua ascensão nos anos 1990 e um “encerramento” digno com Mártires, de Pascal Laugier. No longa, duas jovens que sofreram abusos quando ainda crianças buscam vingança contra as pessoas que elas acreditam ser os culpados. No processo, elas acabam descobrindo que o buraco é bem mais embaixo e que o que está em jogo é a conexão com um culto religioso tão sombrio quanto elas poderiam imaginar. Prepare-se para ver cenas gráficas com violência extrema.

Arraste-me Para o Inferno (2009)

Título original: Drag Me to Hell O legado Sam Raimi no horror é imenso, e seria injusto não incluir Arraste-me Para o Inferno nessa lista. Nesse filme de terror, Alison Lohman interpreta Christine Brown, uma funcionária de um banco qualquer que teve a infeliz missão de despejar uma senhora que, pasmem, carregava uma maldição sobrenatural. Lorna Raver está absolutamente tenebrosa de assustadora no papel dessa senhora, rendendo ótimos jumpscares. Além disso, Justin Long dá as caras novamente no terror, sendo que seu último papel no gênero tinha sido em 2003 na franquia de Olhos Famintos.

Garota Infernal (2009)

Título original: Jennifer’s Body Trilha sonora com Panic! at the Disco (quando ainda era bom), Megan Fox e Amanda Seyfried abrindo as porteiras para a reflexão sobre a sexualidade, cenas ótimas de terror… Esse aqui une todas as tribos e ponto.  O longa-metragem Garota Infernal, de Karyn Kusama, demorou muito para ser reconhecido como um bom filme. Na época em que lançou, foi bem criticado e injustiçado, mas eventualmente conquistou seu lugar.  A trama gira em torno da relação intensa e conflituosa de duas melhores amigas, sendo Jennifer (Megan Fox) a popular e Needy (Amanda Seyfried) a mais introvertida. Em uma noite cheia de acontecimentos, Jennifer acaba nas mãos de uma banda obcecada pela conquista do sucesso que não mede esforços para alcançar o objetivo. Então, basicamente, ela é oferecida como um sacrifício, mas como você já deve imaginar, o processo não dá muito certo e resulta em uma adolescente totalmente possuída. Com um aspecto bem satírico, o roteiro de Diablo Cody transformou a iconografia da possessão em uma alegoria para retratar a forma como a sexualidade das mulheres é demonizada a serviço do patriarcado. Tudo isso somado às conotações explicitamente sáficas dirigidas por Kusama. Simplesmente 10 de 10.

A Casa do Diabo (2009)

Título original: The House of the Devil Bem antes da trilogia do momento X, Pearl e MaXXXine, Ti West já dava o nome no gênero do terror. Jocelin Donahue se transforma em Samantha Hughes, uma das melhores performances de “final girl” de todos os tempos. Feito quando o diretor ainda tinha vinte e poucos anos, “A Casa do Diabo” se passa em 1983. A estudante universitária Samantha (Donahue) aceita um emprego de babá que coincide com um eclipse lunar completo. Gradualmente, ela percebe que seus patrões guardam um segredo terrível, colocando sua vida em risco.

Eu Vi o Diabo (2011)

Título original: Ang-ma-reul bo-at-da Um diretor visualmente astuto com um senso de humor afiado, Kim Jee-woon transita entre gêneros e entrega resultados brilhantes. Desta vez, Lee Byung-hun interpreta um detetive de homicídios em busca de um serial killer que matou sua esposa grávida de uma forma muito traumatizante. Importante avisar que esse é mais um filme extremamente gráfico quando se trata de violência.

A Entidade (2012)

Título original: Sinister  Não há esperança de dias melhores no sombrio e miserável filme A Entidade, de Scott Derrickson, um dos longas de terror mais solitários já feitos. Nele, Ellison Oswalt (Ethan Hawke) é um escritor de obras sobre histórias de crimes que descobriu uma caixa com oito filmes caseiros que sugerem que o assassinato que ele está atualmente pesquisando é o feito de um serial killer cujo trabalho remonta à década de 1960.

Invocação do Mal (2013)

Título original: The Conjuring Um filme ficcionalizado que deu margem para uma franquia inteira baseada nos casos da vida real dos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren. O diretor James Wan mostra, neste primeiro filme, o trabalho do casal com a família Perron, a nova proprietária de uma casa em Rhode Island que parece estar assombrada. Seguindo a linha de “O Exorcista”, Invocação do Mal vai pela linha tradicional dos filmes de terror e entrega além do clichê bem feito que inclui casa isolada, jumpscare previsto, entre outros. Sem contar que a química entregue entre Patrick Wilson e Vera Farmiga como o casal Warren deixa a imersão muito mais interessante.

Boa Noite, Mamãe (2014)

Título original: Ich seh, Ich seh Ignorem o remake, foquem no original e assim não terão arrependimentos. O longa austríaco, dirigido por Veronika Franz e Severin Fiala, separa o conceito entre o horror que pode ser visto e aquele que pode ser sentido. Essa é uma trama de construção psicológica lenta. É como se fosse um teste de resistência que explora a agonia e a ideia torturante da incapacidade da própria família de não te reconhecer. Isso porque na história, irmãos gêmeos mudam-se para uma nova casa com a mãe depois que ela passa por uma cirurgia estética facial. Mas sob as bandagens está alguém que as crianças não reconhecem.

Corrente do Mal (2014)

Título original: It Follows “Está bem atrás de você!” é bordão de horror extremamente clichê, mas convenhamos que David Robert Mitchell deu um novo sentido para essa frase neste filme. Na trama, uma criatura sobrenatural, visível apenas para quem está com a maldição, persegue sua vítima tomando forma dos seus medos mais obscuros. A solução para sair dessa? Se relacionar sexualmente com alguém. Assim, a maldição passa para a outra pessoa. Falando dessa forma parece ser uma sinopse bem cômica, mas experimenta só ver as cenas.

O Babadook (2014)

Título original: The Babadook  Quem nunca teve um tipo de bicho-papão que despertava o maior medo na infância? A história de Jennifer Kent acompanha uma mãe viúva (Essie Davis) lutando contra o medo de seu filho em relação a um personagem de livro de histórias ganhar vida. O filme poderia muito bem seguir por um caminho cheio de jumpscare clichê e preguiçoso, mas, na verdade, oferece cenas bem aterrorizantes que se mesclam com a abordagem sobre o fardo da maternidade solo.

O Convite (2015)

Título original: The Invitation No começo este filme de terror pode parecer bem lento e um tanto quanto básico, afinal a premissa de Karyn Kusama – diretora de Garota Infernal e diversos outros sucessos da televisão – se resume a um convite para um jantar um tanto quanto misterioso. Assim como alguns exemplos já citados, é o realismo que pode ser a base dos melhores thrillers e filmes de suspense. Após a morte do filho e de um divórcio bem conturbado, Will (Logan Marshall-Green) aceita jantar na casa da ex-esposa Eden (Tammy Blanchard) e o atual marido David (Michiel Huisman). A princípio, parece estar tudo ótimo que nem um episódio qualquer de uma série com pessoas felizes. Mas, ao passar da noite, o protagonista começa a ter alguns pressentimentos ruins, que eventualmente ameaçam se tornar reais.

A Bruxa (2015)

Título original: The VVitch: A New-England Folktale Anya Taylor-Joy, você sempre será famosa! O surpreendente e aterrorizante longa de Robert Eggers entrega tudo e mais um pouco do folclore das bruxas. Esse é um filme que oferece uma experiência nas telas extremamente perversa. Isso porque o diretor apela para o estranhamento da realidade vivida no século XVII e faz com que nosso mundo moderno acredite fielmente que o diabo pode usar um bode como mensageiro e coisas do tipo. Esse é um clássico relativamente atual que não poderia ficar fora da lista. Em sua sinopse, uma família na década de 1630, na Nova Inglaterra, é brutalmente impactada pelas forças de feitiçaria, magia obscura e possessão.

Rua Cloverfield, 10 (2016)

Título original: 10 Cloverfield Lane Lembra dela quando mencionei Premonição 3? Aqui, a maravilhosa Mary Elizabeth Winstead lidera Rua Cloverfield, 10, de Dan Trachtenberg. Um thriller psicológico claustrofóbico ambientado no universo de “Cloverfield” de Matt Revees em 2008 e “O Paradoxo Cloverfield” de Julius Onah em 2018.  Na premissa, quando uma jovem acorda após um acidente de carro em um bunker com dois homens, ela é informada de que uma invasão alienígena está mantendo os três abaixo do solo. Mas à medida que as pistas e suas suspeitas aumentam, nossa protegida deve decidir se está mais segura do lado de fora ou dentro.

Raw (2016)

Título original: Grave A diretora estreante Julia Ducournau repaginou e transformou o gênero do terror com foco no canibalismo, mostrando uma perspectiva macabra e, ao mesmo tempo, distintamente feminina e madura. Cannes tornou-se pequeno diante dessa grande estreia. Esse filme de terror francês acompanha Justine, uma jovem universitária que descobre algumas verdades bem desconfortáveis sobre si mesma, a família e o mundo em volta. Essa reflexão começa quando ela vai para a escola veterinária. Chega ser um tanto cômico mencionar que a protagonista é vegetariana e que esse é um longa-metragem vindo do puro Body Horror (gênero de Horror Corporal).  Enfim, em um trote de mau gosto, nossa protagonista vegetariana é forçada a experimentar um pedaço de carne. A partir daí você já pode imaginar que é só ladeira abaixo. 

Corra! (2017)

Título original: Get Out Nem tudo é a cópia da cópia da cópia. O fantástico roteirista e diretor Jordan Peele usou as raízes da comédia para impulsionar algo maior. O resultado foi um terror psicológico sobre raça e privilégios na sociedade norte-americana que, enquanto traz o humor ácido e sarcástico, coloca nas telas cenas que com certeza podem ter entrado na lista de maiores medos de alguém. Sei que o propósito da lista é prestigiar os melhores filmes de terror de todos os tempos, comentando sobre os pontos fortes, mas nesse vou deixar apenas a sinopse. Vale muito a pena descobrir por si o que essa história proporciona e como ela se desenvolve de forma inesperada. Então, na trama, Chris (Daniel Kaluuya) visita os pais de sua namorada, Rose (Allison Williams) durante o fim de semana. Durante esse tempo, nosso protagonista percebe que a família esconde algo tão perturbador quanto ele poderia imaginar.

Um Lugar Silencioso (2018)

Título original: A Quiet Place  A estreia de John Krasinski como diretor foi uma grande surpresa positiva para todos. Além da direção, ele protagonizou o filme com a esposa Emily Blunt e os atores Millicent Simmonds e Noah Jupe. “Um Lugar Silencioso” consegue ser original e, ao mesmo tempo, lembrar referências anteriores como “Sinais” e “A Guerra dos Mundos”.  A trama é ambientada em um apocalipse alienígena e acompanha uma família que luta para sobreviver em um mundo invadido por criaturas que caçam humanos pelo som. A tensão é tão grande que até os espectadores tentam não fazer barulho, como se precisassem sobreviver e fizessem parte da família de Krasinski e Emily Blunt.

Clímax (2018)

Uma equipe imensa de dançarinos franceses comemoram em um edifício vazio, fora da cidade, o sucesso da apresentação. Porém, em dado momento, eles percebem que a sangria que estavam tomando estava batizada com LSD. O que poderia dar errado? Eu te digo: muita coisa. O longa-metragem de Gaspar Noé trabalha o horror por meio do psicológico deturpado dos personagens, dos dramas pessoais e da projeção do interno nas cores fortes e cortes da câmera. É um daqueles filmes que se ama ou odeia, mas uma coisa é certa: Sofia Boutella foi o momento aqui.

Hereditário (2018)

Título original: Hereditary Uma verdadeira obra sobre traumas herdados, culpa parental e legados inevitáveis. Hereditário, de Ari Aster, transforma um drama familiar no maior pesadelo que se poderia imaginar – este inclusive minando a família inteira, como se fosse uma bola de boliche prestes a fazer o strike. É aquele tipo de filme que você passa o tempo inteiro cobrindo os olhos, mas no final assiste a todas as cenas bizarras inteiras. Enfim. Na trama, Toni Collette atua impecavelmente como Annie Graham, uma artista de Utah que perde as estribeiras ao ter que lidar com a morte da mãe. Isso porque esse acontecimento desencadeou um efeito dominó de tragédias que acabam se desenrolando de forma extremamente bizarra. 

Suspiria: A Dança do Medo (2018)

Título original: Suspiria Em alguns casos de remake, é importante ver o original para podermos entender a estética e a proposta da história. Com isso, a dado momento fica claro que o remake de Luca Guadagnino se apoia nas referências principais do longa antigo para funcionar -, causando certa estranheza ao ser visto isolado, sem esse contexto passado. Claro que ele refez com sua identidade, mas o essencial foi mantido.⠀⠀⠀⠀ Enquanto Suspiria de 1977 trabalha o puro gore em meio a efeitos escrachados e trabalho intenso de cores em 1h30 de filme, o de 2018 estica essa duração para 2h30 e herda de certa forma essas características marcantes citadas, mas constrói uma identidade única e trabalha muito mais a subjetividade, o absurdo gráfico e a dança como ferramenta chave, servindo de linha tênue entre a arte e o horror. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Além disso, tanto a Susie Bannion de Jessica Harper quanto a de Dakota Johnson entregam duas boas performances, pois mesmo que as histórias sigam sutilmente direções diferentes, ambas firmaram a essência da personagem até o final. Inclusive, falando em finais, até hoje não consigo decidir qual dos dois foi meu favorito. O primeiro representa um clichê (bem feito), já o segundo segue um caminho mais revolucionário, digamos assim. ⠀⠀⠀⠀ Sem contar que temos mais uma vez a incrível Tilda Swinton no remake interpretando três papéis. Demorei um pouco para identificar o terceiro por conta da caracterização impecável, mas acaba sendo divertido reparar nesses detalhes em paralelo com a trama.  

A Casa que Jack Construiu (2019)

Título original: The House That Jack Built É inegável que Lars von Trier por si só é uma pessoa perturbadora. Não precisa ir muito longe, as polêmicas são recorrentes e seus trabalhos não são tão leves assim. Ninfomaníaca que o diga, aliás.  Nesse filme de terror, acompanhamos Jack (Matt Dillon) em um período de doze anos. Ele é um assassino em série que persegue mulheres e tem um único objetivo a cumprir: o crime perfeito sem nenhum tipo de rastro. 

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (2019)

Título original: Midsommar Ari Aster mostra que toda hora é hora, todo lugar é lugar e se for para acontecer um ritual em um lugar paradisíaco, ele vai acontecer. Esse é, talvez, o primeiro filme de terror que genuinamente explora o horror à luz do dia. Florence Pugh está incrível no papel de Dani, uma jovem que tenta se recuperar de trauma pesado seguindo seu namorado (Jack Reynor) e seus amigos em uma viagem ao interior da Suécia. Todos os tipos de caos cult e bizarro se seguem, à medida que o filme se transforma em um ritual bizarro e psicodélico.  Se eu pudesse resumir tudo de uma forma abrasileirada, diria que é um grande Casos de Família regado a efeitos entorpecentes, rituais de gente maluca e muitas cenas extremamente gráficas de violência.

Casamento Sangrento (2019)

Título original: Ready or Not O filme de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett é, no mínimo, um terror bem divertido. Horas após o casamento dos seus sonhos, Grace (Samara Weaving) retorna à casa de campo de Daniel (Adam Brody), seu novo marido, para passar a noite com os sogros e a família inteira dele. Mas isso não é exatamente uma lua de mel, e Grace logo se vê em uma luta sangrenta pela sobrevivência – tudo por causa de um jogo.

Nós (2019)

Título original: Us Para dar continuidade à sua brilhante carreira no terror, Jordan Peele lançou mais um sucesso de cair o queixo. O que começa como um drama esquisito sobre as férias frustradas da família de Adelaide (Lupita Nyong’o) e Gabe Wilson (Winston Duke) rapidamente se torna um pesadelo envolvendo doppelgängers e mundos paralelos abaixo de nós. Seríamos realmente as pessoas que pensamos ser ou será que somos as versões mais sombrias de nós mesmos vivendo no subsolo? Independente da resposta, Nyong’o faz um papel brilhante e assusta até o final no papel da mãe de família e, ao mesmo tempo, na pele de seu dublê bizarro de voz áspera que surge com muitos outros a fim de reivindicar uma vida que nunca foi vivida, apenas duplicada nas sombras.

Cuidado Com Quem Chama (2020)

Título original: Host Depois de tantos outros filmes que tiveram a internet como premissa, Amizade Desfeita (2014), de Leo Gabriadze, e Buscando (2018), de Aneesh Chaganty, por exemplo, Rob Savage segue a linha de found footage gravado em tela. Esse com certeza entrega alguns dos melhores sustos por meio de uma história sobre espíritos filmada com distanciamento social e no auge da pandemia do COVID-19. Cuidado Com Quem Chama utilizou justamente essa dificuldade de filmar à distância para criar uma autenticidade surpreendente em seu material, além de permitir que os próprios atores criassem muitas de suas cenas sozinhos.

Relíquia Macabra (2020)

Título original: Relic Mais uma estreia em direção que deu super certo, Natalie Erika James traz o arrepiante Relíquia Macabra para as telas. O filme de terror gira em torno de três gerações de mulheres em uma família amaldiçoada. Com a mãe idosa beirando a demência, Kay (Emily Mortimer) retorna para sua casa de infância acompanhada por sua filha, Sam (Bella Heathcote). Nem tudo é o que parece. “Relíquia” existe firmemente no reino da alegoria, então se você estiver procurando por respostas para as ambiguidades assustadoras do filme e cenários misteriosos, você não as encontrará. Nesse sentido, esse filme pertence à prateleira de “O Babadook” e “Hereditário” como filmes de terror intelectualmente liderados por mulheres que definitivamente vão perdendo as estribeiras aos poucos até chegarem ao ápice do terror.

Saint Maud (2020)

“Saint Maud” de Rose Glass explora a crise espiritual de uma jovem em uma história que beira o horror corporal. Na trama, Maud (Morfydd Clark), uma jovem enfermeira, acaba de receber alta psiquiátrica. Agora encarregada dos cuidados de Amanda (Jennifer Ehle), uma dançarina aposentada devastada pelo câncer, a fé fervorosa de Maud rapidamente se transforma em uma obsessão de que ela precisa salvar a alma da mulher, antes que ela seja condenada eternamente ao inferno. Entretanto, forças sinistras e seu próprio passado pecaminoso ameaçam pôr fim a sua sagrada vocação.

Vou Morrer Amanhã (2020)

Título original: She Dies Tomorrow Dirigido por Amy Seimetz,  temos aqui uma protagonista de mesmo nome, interpretada por Kate Lyn Sheil. A vida aparentemente perfeita de Amy (Lyn Sheil) começa a desmoronar depois que ela acorda com a certeza de que irá morrer no dia seguinte. Seus delírios acabam contagiando todos ao seu redor em uma paranoia coletiva. “Vou Morrer Amanhã” pode não ser um título especialmente cheio de adrenalina, mas a melancolia sinistra ficará com você muito depois dos créditos, pode apostar.

X – A Marca da Morte (2022)

Título original: X X – A Marca da Morte é o primeiro filme da trilogia de Ti West, protagonizado pela ascensão do momento, Mia Goth, e com participações célebres de Jenna Ortega (outro nome fortíssimo dos últimos anos), Brittany Snow e até mesmo o Kidi Kudi – sim, o cantor de Day ‘N’ Nite também tem uma carreira como ator. A primeira parte se passa em 1979, onde um grupo de jovens cineastas se propõe a fazer um filme adulto na zona rural do Texas. Mas quando seus solitários e idosos anfitriões os pegam em flagrante, o elenco se vê lutando por suas vidas.

Noites Brutais (2022)

Título original: Barbarian Uma mulher que aluga uma acomodação no Airbnb descobre que a casa onde ela está não é nada do que parecia. Essa é a premissa de Zach Cregger que acaba desencadeando uma sequência brutal e bizarra, tendo uma história chocante por trás de tudo que envolve essa casa. Assim, particularmente, se eu visse que alguém já estava no Airbnb que aluguei, teria ido embora e os créditos teriam subido. Mas como a protagonista não fez isso, rendeu muitos momentos de horror que valem a pena serem vistos pelos sustos. 

Morte, Morte, Morte (2022)

Título original: Bodies Bodies Bodies Meio comédia, meio terror, esse é o filme mais geração Millenium que existe. Morte, Morte, Morte, da diretora Halina Rejin, traz os absurdos da internet para um thriller entre jovens ricos e egocêntricos que são afetados por qualquer intriga dita em voz alta. Se ainda não está convencido, saiba que esse é um slasher da a24 que une Amandla Stenberg, Maria Bakalova, Myha’la Herrold, Chase Sui Wonders, Rachel Sennott, Conner O ‘Malley, Pete Davidson (sim, eu sei…) e Lee Pace em uma rede confusa de acusações durante uma festa realizada em uma mansão de luxo.

Men (2022)

Por último e definitivamente não menos importante, o roteirista e diretor Alex Garland nos abençoou com Men, um filme sucinto, com muitas camadas e discussões essenciais. Esse filme discute o poder de gênero, questiona a linha tênue do clichê e da realidade da vulnerabilidade feminina e confunde realidade com medos internos em um pacote perverso. Garland aposta no poder da fotografia e dá passe livre para Jessie Buckley fazer o que sabe de melhor – entregar uma personagem imprevisível e cheia de reviravoltas. Nesse caso, Buckley interpreta Harper, uma viúva em luto que foge para o interior da Inglaterra. O que era para ser uma distração, acaba se tornando um pesadelo em massa gerado por homens da cidade – todos com rostos duplicados de Rory Kinnear, outro nome brilhante.  A graça de Men é justamente sua abertura para diversas interpretações. E a dinâmica sensacional entre Buckley e Kinnear torna tudo muito mais interessante.  E aí, tem algum filme que ficou fora da lista e que você considera um dos melhores filmes de terror? Conta para a gente!  Veja também Os 40 melhores filmes de drama 14 tecnologias dos Jetsons que são comuns hoje Fontes: IndieWire e IMDb

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