Para entender como este recurso foi implementado, bem como quais foram os motivos que levaram a Samsung a optar por isso, o Showmetech conversou com Renato Citrini, Gerente Sênior de Produtos da Samsung Brasil. O representante contou um pouco sobre as vantagens de não ter a abertura da lente sobre a tela e o impacto dessa inserção no catálogo de smartphones da empresa a longo prazo.

Recapitulando o Galaxy Z Fold3 5G

Relembrando um pouco mais sobre o aparelho, o Galaxy Z Fold3 5G é a nova versão do principal dobrável da Samsung, anunciado oficialmente em evento ao lado do Galaxy Z Flip3 e o Galaxy Watch4. O aparelho possui tela de 6,2” Dynamic AMOLED 2x, com um painel externo HD+ e uma taxa de atualização de até 120Hz. Com um design robusto e bem moderno, o dispositivo abre e fecha em suas laterais, dando várias possibilidades de organização multitarefas e customização da interface do sistema ao usuário. Com certificação IPX8 (contra água e poeira), o Z Fold3 traz ainda uma câmera tripla traseira de 12MP cada e duas câmeras frontais de 4MP, uma em cada tela — e sendo uma destas a primeira a ser embutida atrás da tela na linha de smartphones da Samsung. A grande questão acerca dessa escolha da empresa é saber se, na prática, ela é realmente eficiente como se diz e como isso pode transformar a visão da Samsung sobre a tecnologia de lentes em seus futuros lançamentos. Do ponto de vista do representante da companhia no Brasil, é possível, sim, ter a melhor experiência com a novidade.

A questão sobre a câmera atrás da tela

Ao contrário do que talvez muitos consumidores e entusiastas da Samsung pensam, a câmera colocada sob o display do Z Fold3 não é uma tecnologia desenvolvida exclusivamente para os modelos dobráveis. A chamada UDC, Under Display Camera, (ou simplesmente “Câmera Embaixo da Tela”, em tradução) foi desenvolvida pela empresa como um recurso à parte, que acabou estreando neste lançamento. A Samsung também a intitula de UPC (Under Panel Camera), que, na prática, representa o mesmo conceito. Renato Citrini afirma que o motivo pelo qual esta câmera frontal foi disposta dessa forma se dá por uma pesquisa de campo com usuários da Samsung, que acabaram apontando uma questão em comum: a aparição da lente frontal sobre o display. Foi notificado à big tech que os consumidores estavam passando por um certo incômodo, embora mínimo, em relação ao relevo da câmera frontal durante diversas atividades, especialmente aquelas voltadas ao entretenimento. Como forma de feedback, a Samsung decidiu, então, testar a UDC em um aparelho que entregasse uma experiência completa, assim como promove o Z Fold3. Dessa maneira, usuários podem assistir a vídeos, séries e filmes, jogar e desfrutar de outros conteúdos com 100% de aproveitamento de ambas as telas, antes e após dobrar o dispositivo. De um ponto de vista técnico, Renato revelou que a Samsung estudou e criou essa tecnologia diminuindo a densidade de pixels na margem onde se posiciona a câmera. Consequentemente, há um espaçamento maior entre um ponto de luz e outros. O ajuste superfino faz com que, por exemplo, imagens cubram a tela inteira quando abertas ao passo em que a câmera consegue captar os feixes de luz quando é ativada, sem haver um cancelamento de funções entre esse processo. Por outro lado, essa implementação custou um pouco da qualidade desta câmera frontal, uma vez que a mesma precisa coletar o registro estando atrás de uma tela cristalina. Embora a perda seja inevitável, Renato a justifica com um pack de correção de software, liberado para atualização no sistema do celular no lançamento, e também afirma que ainda há grande aproveitamento de imagem e vídeo. Isso, principalmente, porque essa câmera não foi criada para um uso intenso. “O uso dessa câmera é muito mais limitado, muito mais ocasional”, explica ele, usando como exemplo a utilização em videochamadas cotidianas ou selfies despretensiosas. Isso também se reflete no público-alvo do produto. Ao ser questionado sobre a falta do recurso inovador no Z Flip3, o representante da Samsung afirma que, enquanto o usuário do Z Fold3 busca uma experiência profissional mais completa, o cliente do Z Flip3 está atrás de versatilidade e praticidade. Tal ponto também pode ser endossado no próprio design de ambos os aparelhos, sendo um maior e mais robusto do que o outro mais compacto. De qualquer forma, como a câmera atrás da tela não é algo intencionalmente destinado à linha de dobráveis, é muito provável que os consumidores observem o recurso em outros produtos da companhia no futuro. “O gosto do usuário vai permanecer, pedir e querer continuar com essa funcionalidade, e naturalmente vamos expandindo (a tecnologia) para outros aparelhos do portfólio”, completa. Com três cores disponíveis, o novo Galaxy Z Fold3 5G já está disponível para aquisição no Brasil, sob o preço de R$ 12.799,00, na versão de 256GB, e R$ 13.799,00, na versão de 512GB, no site oficial da Samsung.

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