O lançamento ocorre após quatro cancelamentos de última hora nos últimos meses devido a problemas técnicos e por causa de dois furacões. A transmissão do lançamento foi feita ao vivo pelo Youtube da NASA. O momento também foi divulgado nas redes sociais da agência (confira a postagem abaixo). A missão Artemis 1 está programada para durar 26 dias e ainda tem várias etapas delicadas pela frente.

Lançamento da espaçonave Orion

Por volta das 3h (horário de Brasília), faltando poucos minutos para o horário originalmente marcado, a agência norte-americana comunicou que haveria um atraso devido à necessidade de substituição do switch de internet, responsável pelo sistema de autodestruição do foguete, que deve ser acionado caso haja qualquer problema que obrigue o abortamento da missão. O lançamento ocorreu pouco mais de 40 minutos após a abertura da janela de duas horas, às 03h47 (de Brasília), a partir da plataforma 39B do Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida. Em aproximadamente três minutos de voo, os propulsores esgotaram todo seu combustível sólido e foram dispensados com segurança. Após cerca de nove minutos de escalada à órbita, o segundo estágio se separou e, com 18 minutos, os painéis solares da cápsula Orion se abriram. Aos 53 minutos de voo, um pequeno disparo do segundo estágio ajustou a órbita ao redor da Terra. E às 5h14 ocorreu um longo disparo –a injeção translunar–, colocando a espaçonave a caminho da Lua. Durante essa primeira órbita, a Orion vai implantar seus painéis solares ao longo do caminho, não precisando mais utilizar a energia da sua bateria. Os painéis serão dispostos em uma posição de suporte de carga em preparação para a manobra de elevação do perigeu, que é impulsionada pelo ICPS. Sentado no assento de comando da Orion está o Comandante Moonikin Campos, um manequim que ajudará na coleta de dados sobre o que futuras tripulações humanas podem experimentar em uma viagem lunar. O nome do boneco foi escolhido através de uma consulta pública e é uma homenagem a Arturo Campos, um gerente de subsistema de energia elétrica da Nasa que ajudou no retorno seguro da Apollo 13 à Terra. O posto do comandante tem alguns sensores localizados atrás do assento e do apoio da cabeça, rastreando, dessa forma, a aceleração e a vibração durante a missão. O manequim também usa o novo traje Orion Crew Survival System, projetado para os astronautas usarem durante o lançamento e na reentrada. O traje também incorpora dois sensores capazes de medir a radiação. Outros dois personagens dessa história são a Helga e Zohar, que também estão em outros dois assentos da Orion. Estes torsos de manequim são feitos de materiais que imitam os tecidos moles, órgãos e ossos de uma mulher. Os dois torsos têm mais de 5.600 sensores e 34 detectores de radiação para medir quanta exposição à radiação ocorre durante a missão.

O objetivo da missão Artemis 1

A viagem deve durar 26 dias, com previsão de amerissagem (como é chamado o pouso, que nesse caso deve ser uma queda no oceano) em 11 de dezembro. A Orion será levada a uma órbita retrógrada distante da Lua, onde deve ficar por cerca de uma semana. À medida que a espaçonave se aproxima da superfície lunar, chegando a apenas 96 quilômetros acima do solo do satélite, ela começará a realizar experimentos científicos para testar a gravidade lunar, os perigos da radiação e até tirar algumas belas fotos. Ao longo do caminho, a Orion também implantará alguns pequenos satélites, chamados de CubeSats, do tamanho de uma caixa de sapatos, para mapear a superfície lunar, estudar bolsões de gelo e testar um escudo de radiação espacial. Depois disso, o motor do módulo de serviço deve direcionar a nave de volta à Terra. Quando ela reentrar na atmosfera, será a mais rápida cápsula destinada a transportar humanos a fazer esse procedimento. Ao encerrar sua agitada excursão, a espaçonave retornará ao nosso planeta e se preparará para mergulhar na costa de San Diego. Feito isso, a equipe da NASA irá extrair os dados e a missão Artemis 1 estará completa. No entanto, isto não significa o fim do programa Artemis, muito pelo contrário, representando apenas o início de uma longa viagem espacial.

Planos para o futuro

A primeira missão tripulada está prevista apara acontecer a partir de 2025, já que, recentemente, a NASA anunciou alguns problemas que a fizeram adiar o pouso tripulado na lua. “Estamos estimando um objetivo não anterior a 2025 para o Artemis 3, que seria o primeiro veículo tripulado por humanos na primeira demonstração de um veículo que venceu uma competição da SpaceX”, explica Bill Nelson, porta-voz da agência especial norte-americana. Se as primeiras missões derem certo, as viagens subsequentes terão astronautas em passeios prolongados pela superfície da Lua – provavelmente por semanas. Estima-se ainda que, em 2027, astronautas a bordo da Artemis 4 implementarão o módulo I-HAB – um alojamento para as tripulações que vão explorar a Lua desde a estação lunar Gateway, ainda em construção. Em andamento desde 2017, o programa Artemis já custou US$ 40 bilhões. Apesar da NASA está mais a frente do projeto, a missão também conta com o auxílio de outros órgãos governamentais estrangeiros, como o da Agência Espacial Europeia, da UE (União Europeia), que forneceu o módulo de serviço da cápsula Órion no Artemis 1 e também colabora para construir o I-HAB da Gateway. Além disso, o Japão também está desenvolvendo uma espaçonave de suprimento de carga a ser utilizada na futura estação lunar. O Canadá também marca presença ao projetar um braço robótico para a estação Gateway. Por fim, outros 21 países, incluindo o Brasil, assinaram os Acordos de Artemis – uma tentativa de Washington estabelecer regras para uma futura exploração internacional da Lua. Veja também: A NASA presente aposentar a Estação Espacial Internacional (ISS), oferecendo espaço para operações comerciais do setor privado. Veja qual deve ser o futuro da ISS. Fontes: The Verge, TechCrunch.

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